12 junho, 2008

O DIREITO DO OUTRO DE NÃO GOSTAR DE VOCÊ





O outro tem o direito de não gostar de você!

Frequentemente vejo pessoas se autodestruindo
ou tentando destruir o outro porque não se
conformam com o fato de não serem correspondidas.
Afirmam insistentemente que “amam” e,
em nome deste sentimento,
julgam-se dona de toda e qualquer razão,
como se qualquer atitude pudesse ser
justificada por este sentimento.

Claro que desejamos ser correspondidos quando
gostamos de uma pessoa.

Óbvio que queremos nos relacionar
com ela e creio que seja muito
saudável fazermos o melhor que conseguirmos
para tentar conquistá-la; mas precisamos
considerar que nenhuma investida é garantida.

Faça o que fizer, haja o que houver e ainda
assim o outro terá o direito de não querer,
não gostar, não conseguir
corresponder e oferecer os mesmos sentimentos.
Acontece que algumas pessoas simplesmente
não compreendem isso.
São imaturas; comportam-se feito crianças que
esperneiam e fazem birra
a fim de conseguir o que querem.
Algumas optam pela autodesvalorização.

Diante da recusa do outro, entregam-se
às lamentações e não se cansam de repetir que
são feias, desinteressantes
e não têm sorte na vida.
Pisoteiam sua própria auto-estima até
realmente ficarem muito menos
atraentes do que poderiam ser.

Existem as que mergulham tão profundamente
nessas crenças que desenvolvem sentimentos
próprios de depressão, instabilidade de humor,
desânimo diante de tudo e de todos e, em alguns
casos extremos, chegam até a desistir de viver.

Outras preferem atacar quem as rejeitou.
Ainda que esta opção também signifique
autodestruição, tais pessoas se
empenham em bagunçar a vida do outro.

Fazem escândalo na família dele, em frente
a casa, tentam difamá-lo entre os amigos e,
seja através de diretas ou de indiretas,
não medem esforço para
causar-lhe transtornos de todas as ordens.
Se você se derruba ou tenta derrubar o outro
quando não consegue despertar nele o
mesmo sentimento que o dedica, está na
hora de crescer e amadurecer; de entender de
uma vez por todas que as pessoas têm o direito
de não gostar de você,
assim como você também tem o direito de não
gostar de alguém que se declara e revela
o desejo de estar ao seu lado!

Sei que é triste, que a gente fica mal, chora e
se angustia com uma recusa.
Até aí, muito compreensível:
todos nós desejamos ser
amados por quem amamos.
Mas depois de algum tempo
(sejam dias ou alguns meses),
isso tem de passar.

Aceitar o “não” é ser justo e democrático;
é ser adulto o bastante para acatar
os sentimentos do outro
sem acreditar que ele tem o poder de lhe destruir
caso não queira ficar com você.
Não tem! E se você se vê destruído, saiba que a
responsabilidade é sua e não do outro.
Quem se destruiu foi você!

E enquanto digere a tristeza de não ser
correspondido, comporte-se com dignidade.
Não alimente pensamentos insensatos
e unilaterais.
Tente perceber como você pode se tornar melhor
depois deste episódio.
Sempre temos algo a aprender e as dores do
amor servem perfeitamente para isso.

Por fim, não se esqueça: a gente só pode seduzir
de verdade o coração de alguém quando usa, para
tanto, atitudes de amor.
Infantilidade, exageros, ofensas e acusações
podem até fazer parte da reestruturação de uma
relação, mas não podem persistir até que a única
coisa que você mereça seja piedade.

Porque, certamente, você merece bem
mais do que isso!
(Rosana Braga)

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