18 julho, 2008

Sobre o tempo




Com o tempo, a gente se acostuma
às ausências mais doídas.
Com o tempo, a gente se acostuma
com tudo nessa vida.

Quem é importante,
mesmo estando distante,
continua sendo amado.
O tempo tem esse poder...
de fazer parecer...
que aqueles que amamos,
ainda estão, como antes, ao nosso lado.
Acaba o sofrimento,
o coração se aquieta
e a saudade, só em alguns momentos
nos atinge como uma flecha.

Mas o tempo, também,
pode ser ingrato e cruel,
pode ir apagando da nossa mente
os rostos que achar conveniente.

Assim, se você ama alguém, realmente,
mesmo estando distante,
sempre se faça presente.

Entenda que quando um rosto
se apaga da nossa imaginação
acaba se apagando também
dentro do nosso coração.

Desconheço a autoria

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Deus... quando se esquece um rosto?
Como? Se foi tão amado...
O retrato ajuda a lembrar?
Por que, se está esquecido...

Maldito tempo!

O que se apagou da memória, se apagou do coração?
Mesmo? Quando? Sempre?
O que se desfêz no coração, pode subsistir na memória?

Existe... memória de amor, de amar...?
Do amado? Da amada?

Bendito tempo.

Simplesmente não sei o que fazer com ele.
Mas, parece, que ele sabe o que fazer comigo.

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E... quando há vislumbres, como um cheiro,
um raio de luz, uma núvem, uma cor do céu...
Que fazem lembrar?

E... quando há fragmentos, como o de um olhar,
de uma certa maneira de virar a cabeça...
uma forma de sorrir e falar,
um certo tom na pronúncia das palavras..
uma certa vibração no corpo,
Que fazem lembrar?

E... quando o que faz lembrar, embora julgado esquecido,
vem... de dentro? Do coração, da lembrança? Da vontade?

Estamos irremediavelmente perdidos.
Estamos irremediavelmente nos achando!


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