02 setembro, 2008

MEUS CICLONES, por Ceres Marylise





A cama não me adormece
nesta madrugada insone
e sorrateira resvalo
entre as portas da varanda.

Meu refúgio é um jardim
e um frio orvalho me anima
ao me olhar nos espelhos
de duas calmas piscinas.

Observo a magra lua
e o crescimento da noite
que num gélido abraço,
a envolve mais escura.

Aqui do ponto onde estou,
enquanto a noite se arrasta,
sob o açoite do vento,
meu pensamento divaga.

Ouço os ruídos da noite
porém me faltam palavras
que justifiquem os temas
que trazem vida aos poetas.

Expresso-me então do nada
mas sempre atenta à vida,
neste bucólico espaço
que me serve de guarida.

Sem o calor da emoção,
este momento é instável
e então converso comigo,
sobre meus dias e noites.

Resgatando meus ciclones,
recompondo meus cristais,
que a vida mesma quebrou
e ainda quer muito mais.


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