18 abril, 2009

Dualidade, por Jorge Reigada





Dualidade

Somos quem somos?
Esta dualidade que me permeia confunde.
Difunde, margeia, semeia caos, candeia
Sem luz, não conduz, contunde, mareia.

Fomos quem somos?
Tempo, areia me enterra ou aterra,
me apoia ou me prende,
me tolhe ou distende,
me cala ou me berra.

Calor e frio, vazio, completo
carente, repleto, sonhador, concreto.
Dualidade, maldade, fiel sem balança,
andança, estagnação, mansidão, pujança.

Metade de mim arde, a outra congela.
Metade de mim é vida, a outra mazela.
Metade de mim irrompe, a outra afunda.
Metade de mim é glória, a outra imunda.

Seremos quem fomos?
Somos quem somos?
Dualidade, perversidade ou caridade?
Torvelinho, remanso, ação ou descanso.

Não sei! Se alguém sabe me conte.
Mas conte de manso.

Jorge Reigada








A ilusão é componente da dualidade e da prática cotidiana: aparece quando estamos necessitados de mecanismos de dissociação... ser/estar, masculino/feminino. belo/feio, bom/mau, certo/errado, adulto/infantil/velho, material/espiritual e... assim por diante.
Por isso, prefiro falar em imanência e dialógica.

Anyway... it exist!

(Cerriky - Cesar R K )

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