30 novembro, 2009

A Arte do Encontro, por Marise Ribeiro








A Arte do Encontro
Marise Ribeiro

Com os tons da aquarela,
você traduzia na tela
toda a pureza que havia
na minha vasta poesia.

Já sua arte era tão imensa
que me levava à procura
da perfeição mais intensa:
eu poetava a pintura.

As letras falando de amores
não rimavam sem as cores;
a palheta com seus tons diversos
não era nada sem os versos.

As imagens que você retratava
falavam através da palavra;
a primavera escrita em papéis
não florescia sem os pincéis.

As musas da sua pintura
combinavam com a criatura
que eu pintava nos poemas,
embelezando os meus temas.

O que seria do pintor,
sem poder falar do amor?
O que seria da poetisa,
sem rimar usando a cor?

Essa união durou muito,
foi profícuo o nosso encontro:
para rimar ou pintar
um precisava do outro.





27 novembro, 2009

Isto, por Fernando Pessoa




ISTO

Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.

Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.

Por isso escrevo em meio
Do que não está ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!

Fernando Pessoa




Duna... Fragmentos... sobre as aprendizagens




Paul deu de ombros. — Então ela disse que um bom governante deve aprender a linguagem de seu mundo, que é diferente para cada mundo. E eu pensei que ela se referia ao fato de eles não falarem Galach em Arrakis, mas ela explicou que não era isso. Ela queria dizer a linguagem das rochas e das coisas que crescem, a linguagem que você não escuta com seus ouvidos. E eu disse que isso é o que o Dr. Yueh chama de Mistério da Vida.

...

Muitos têm notado a rapidez com que o Muad'Dib aprendeu as exigências de Arrakis. Bene Gesserit, é claro, conhece os fundamentos dessa rapidez. Aos outros, nós podemos dizer que o Muad'Dib aprendeu rapidamente porque seu treinamento básico era em como aprender. Sua primeira lição foi a confiança básica em sua capacidade de compreender. É chocante descobrir quantas pessoas não acreditam em sua capacidade de aprender, e quantas mais acreditam que o aprendizado seria algo difícil. Muad'Dib sabia que cada experiência carrega sua lição.

— de Humanidade do Muad'Dib, escrito pela Princesa Irulan.

...

"Autoconsciência: o defrontar-se com espelhos que passam através do universo, reunindo novas imagens no caminho - infinitamente reflexivo. O infinito visto como finito, a semelhança da consciência transportando fragmentos percebidos do infinito."
"Escolha uma lembrança do passado e compare-a com o presente: Aprenda as conseqüências." "Aqueles que não conseguem se lembrar do passado estão condenados a repeti-lo."

...

Aquele que lança uma luz nova sobre o banal e o ordinário,pode aterrorizar. Não queremos ver nossas idéias modificadas. Ficamos ameaçados por esse tipo de exigência. "Já conheço as coisas importantes", é o que dizemos. Então vem o Transformador e joga fora nossas velhas idéias. .
- O Mestre Zensufi


...

Como é tentador levantar altas paredes e deixar de fora a mudança. Apodrecer aqui, na auto-satisfação do nosso próprio conforto. - Vou falar com suas Instrutoras para que coloquem mais ênfase nos usos sutisdo poder. Ele entendeu mal. - Eu já estou treinando com armas laser. Dizem que sou bom. - Foi o que ouvi. Mas há armas que não se podem segurar com as mãos. Apenas com a mente. Limite-se a observar, e deixará de compreender o que é essencial em sua própria vida. O objeto pode ser formulado deste modo: viva a melhor vida que puder. A vida é um jogo, cujas regras você aprende se mergulhar nele e jogá-lo completamente. Do contrário você sedesequilibra, continuamente surpreso com as mudanças nas jogadas. Os não-jogadores sempre lamentam e se queixam de que a sorte sempre os ignora. Recusam-se a ver que podem criar um pouco de sua própria sorte.

Darwi Odrade, a Reverenda Madre Superiora




26 novembro, 2009

Orkut-brincadeiras...



Meu amigo querido!
Poxa... amei o poema!
Tô tão carente e tão apaixonada!
Sempre apaixonada né? rrsrs
Obrigada por compartilhar comigo tamanha beleza!
Beijos

.................

Carente? Apaixonada?
Desanime não...Nâo dá nada!
Siga sempre seu caminho...Mesmo desavisada.
kkkkkkk

.............................

Obrigada meu lindo!Tb muito belo!
Bj
............................
Sua maluca estabanada...
Pensei que ia dar uma gargalhada...
Mas deixou-me de presente
Apenas um beijo
Nesta noite enluarada...

rsrs...

Desculpe-me
a bobajada
mas não resisti

Quero lhe tirar dessa roubada!

Carência, que nada...
Você é uma flor sempre encantada!

.......................

Lindo!
Agora deu pra fazer versos pra falar comigo??
Não tô muito pra gargalhadas não!
Mas continuo te amando !!!
Beijos abraços e meu carinho
Nesta Noite !!!
Para não se sentir sozinho!!!
.........................
Carinho para rimar...
com sozinho!

Amando... gerúndio...
para construir um ninho.

Não temas...
Meu coração é teu vizinho.

Mesmo estando longe...
estamos bem pertinho.

Receba o meu abraço...
e o meu beijinho!

rs
.....................
Ô gente! Que mimo... esse tanto de diminutivos!
Beijoquinhas viu!
.............
Vi.
Desisti...

Você não ri!

Me lembrei
que mesmo assim,
com você estarei.

Agora irei...
Porque sou rei...
e você, rainha...
continua na minha.

Não diga "beijoquinhas"
DIga... sou "a melhor das rainhas."

.........................

Uma conversa no orkut,
com uma amiga


Color... ânsia, por





Color... ânsia


O teu rosto se transforma todo dia;
Tu procuras uma face que te caiba
Cada face é uma nova fantasia
Que mistérios que tu tens que eu não te saiba ?

Todo dia tentas personalizar-te,
Colorindo-te das tintas mais diversas,
Mas enquanto tu transformas dor em arte,
Tu não mostras tuas dores submersas.

Eu conheço tuas tintas, tuas cores,
Sei que o riso que tu ris é tão fugaz
Que se o pranto as dissolve, tuas dores
Se revelam verdadeiras, naturais.

Se tu queres transformar-te, revigora
O amor que existe no teu coração,
Pois se o pranto mancha a tinta quando choras,
O teu riso afasta a dor da solidão.

* Luiz Gilberto de Barros *


Então, o amor se fez verbo, por Maria Luiza Bonini







Então, o amor se fez verbo
Em desconexas palavras, na sua euforia
Crendo no que lhe parecia eterno
Passou a dizer ao mundo, o que sentia

Então, o amor se fez verbo
Em meio a toda a sua alegria
Cantou seus segredos, em prosa e verso
Sem censuras, fez-se todo poesia

Então, o amor se fez verbo
Conjugou em todos os tempos, a sua fantasia
Sem perceber que a vida, sua algóz, o trairia

Então, o amor que se fez verbo
Ofereceu, em sacrifício, a sua agonia
Calou para sempre, o amor, que, de amor, então, morria



25 novembro, 2009

Luis Fernando Veríssimo ... sobre tu e eu




Somos diferentes, tu e eu.
Tens forma e graça
e a sabedoria de só saber crescer
até dar pé.
Eu não sei onde quero chegar
e só sirvo para uma coisa
- que não sei qual é!
És de outra pipa
e eu de um cripto.
Tu, lipa
Eu, calipto.

Gostas de um som tempestade
roque lenha
muito heavy
Prefiro o barroco italiano
e dos alemães
o mais leve.
És vidrada no Lobão
eu sou mais albônico.
Tu,fão.
Eu,fônico.

És suculenta
e selvagem
como uma fruta do trópico
Eu já sequei
e me resignei
como um socialista utópico.
Tu não tens nada de mim
eu não tenho nada teu.
Tu,piniquim.
Eu,ropeu.

Gostas daquelas festas
que começam mal e terminam pior.
Gosto de graves rituais
em que sou pertinente
e, ao mesmo tempo, o prior.
Tu és um corpo e eu um vulto,
és uma miss, eu um místico.
Tu,multo.
Eu,carístico.

És colorida,
um pouco aérea,
e só pensas em ti.
Sou meio cinzento,
algo rasteiro,
e só penso em Pi.
Somos cada um de um pano
uma sã e o outro insano.
Tu,cano.
Eu,clidiano.

Dizes na cara
o que te vem a cabeça
com coragem e ânimo.
Hesito entre duas palavras,
escolho uma terceira
e no fim digo o sinônimo.
Tu não temes o engano
enquanto eu cismo.
Tu,tano.
Eu,femismo.

Luis Fernando Veríssimo


24 novembro, 2009

Somos múltiplos



*
**
***
****
*****


Somos múltiplos





Somos múltiplos.


Muitos rostos fazem parte de mim.

Eu próprio sou uma mistura
de eus formados
por esses... tantos outros
de mim.


Somos múltiplos
Tantos vocês se compõem comigo!
Tantos rostos estão em mim...
E tantos corações!

Tantos que nem sei quais!
Ou, quase sei todos os tais!

*****
****
***
**
*


23 novembro, 2009

Just about love... A (our) kind of ... love!







I really don't love you!

I love the way you make me love you!

I love what you make me feel about love...
I love the love I feel (the love that I felt?) for you!

Is this love?
Ohhh yes.
Because of you.
And... because... of myself.

Everything we had is mine.
Everything I lost is mine.
What is yours?
My love until the end of the time?

Forever is a long time... my dear

Now you are a sphinx with(out) mysteries

So... I'M OPENING MY WINGS... again!

I will love you... ever.
So far, so close!
So far... from me.

So close of who?

You have been always and all-ways
so far and so close...

But for now I have only... memories...
of love.







Rústicos Césares







Rústicos Césares

A vida é para nós o que concebemos nela. Para o rústico cujo campo próprio
lhe é tudo, esse campo é um império. Para o César cujo império lhe ainda é
pouco, esse império é um campo. O pobre possui um império;
o grande possui um campo. Na verdade, não possuimos mais que as
nossas próprias sensações; nelas, pois, que não no que elas vêem,
temos que fundamentar a realidade da nossa vida.
Isso não vem a propósito de nada.

(Fernando Pessoa)

********************************************

Quero inventar, criar e desenvolver meu próprio império, um campo...
para viver melhor a cada dia... já que sou o rústico, o pobre... E...
o grande, o César!

O propósito... é um caminho dourado, sem uma eternidade forjada,
mas uma felicidade e bem estar mantidos...
num delicado equilíbrio, sempre incerto, buscado e renovado!!!






22 novembro, 2009

Amores Sólidos








Amores Sólidos

Em tempos de amor líquido,
como diz Zigmund Bauman,
quero amores sólidos;
não como ferro e aço, inflexíveis,
mas como gelo!
Ohhh... não penso em frio,
mas em "estados da matéria":
amores que se vaporizem, liquefaçam...
e voltem a ficar sólidos,
transmutando estados; como na vida!

Nada de absolutos,
mas de relativos nesse absoluto,
porque o amor... esse, continua!

Cerriky





Dueto.Dueto?




Permaneço no sentido abstrato da existência.
Gosto apenas do simples sofisticado.
Isso requer elegância.
Isso exige delicadeza.
O que me torna único, e só.
(Jaak Bosmans)

----------------------------------

Permaneço no sentido concreto da existência.
Gosto apenas do simples sofisticado.
Isso requer elegância.
Isso exige delicadeza.
O que me torna único,
e acompanhado de você,
que possui o mesmo gosto!
Vamos ver?
E sentir?
(Cerriky)


Eu não sabia o que era um dueto.
Não sabia que existia... isso.
Escrevi porque senti vontade...
Descobri depois de feito, quando comentaram...


The Thinker Wizard








The thinker wizard works with words... and worlds!!!
And I love it!




Consumidores-consumidos





Desde a filosofia da diferença e da esquizoanálise... temos elementos para ver o ser humano como consumidor e consumido... não só de bens materiais de consumo... mas de subjetividade: consumimos afetos, emoções, desejos, amores, relacionamentos e... somos consumidos por eles!
Dor e dependência! Vícios consumístas!
Como sair dessa?
Pelo auto conhecimento e pela singularização de nossos momentos de ser e estar na vida: inventando uma vida para nós próprios... vivendo momentos e acontecimentos no presente. Esticando o presente! Dizendo não para essas formas de consumo... instituídas!

Quem disse que O Outro PRECISA GOSTAR DE NÓS COMO NÓS GOSTAMOS DELE? e VICE-VERSA?... Formas amortecidas de consumir... afetos... e criar expectativas... junto ao "irredutível" outro. Frustração!
Viver a vida como obra de arte... buscando "bons encontros" (Bergson)... encontros que desinstitucionalizem... provocando desejo, cada vez maior... de vida... e cada vez menor de... certezas!
Tenha bons encontros consigo próprio e com o outro!

----------------------------

Acho bárbaro fazer uma síntese integradora e convergente das experiências do passado, mesmo as que machucam ou ainda guardam pontas afiadas...

Isso requer, a meu ver, uma boa dose de arte, desapego e profunda auto-análise: não aquela auto-análise centrada no próprio umbigo, com um cunho "just for remember" - gênese da experiência traumática e das conversas surdas com "o fantasma" psicanalítico - não que não possam existir e, de fato, até existem - mas uma conversa centrada nos encontros e desencontros com o irredutível outro, companhia sempre presente na travessia solitária do deserto existencial.

Nesse momento de sucessivos diálogos e monólogos com nossos muitos-eu e muitos eus, está uma possibilidade de inventar a própria pragmática da vida e dela tirar o sumo para uma nova prática de amor e auto-respeito, condição da existência pacífica, mas não passiva, de territórios afetivos trans pessoais, sociais, históricos, estéticos, geográficos... da subjetividade e assim por diante.

Lindo!
(Cerriky)

É preciso restabelecer o sonho, por Fuganti




"É preciso restabelecer o sonho. Não a esperança. O sonho!

Sonhar com uma vida diferente, com novas maneiras de viver e de pensar. O sonho nada tem a ver com a ilusão. A concretude da vida, sobretudo das vidas alegres, começa pela potência onírica. É preciso começar a habitar realmente este universo. É preciso que os homens acordem, não todos, é claro, mas pelo menos alguns, porque sabemos que muitos - talvez a maioria - vão continuar dormindo, pior, desejam continuar dormindo; e com ralação a estes, não os perturbemos, desejemos que seu sono seja leve, porém definitivo.


Mas para quem sonha em vigília, sim, estes compreendem a palavra invenção. Sabem que não há mundo pronto. O mundo que os homens chamam real não existe. A realidade não é algo acabado cujo peso devemos carregar. Mundo real? É preciso que o inventemos. A realidade é produção desejante, não acomodação resignante. A adaptação a uma suposta realidade já configurada é uma tendência própria daqueles que gostam de se conservar, de se preservar, de se proteger; é a inércia preferida pelos corpos impotentes, cujo desejo faliu e que precisam se garantir contra o devir, na estupidez de um modo de vida burguês.


As vidas ativas, ao contrário, não acreditam na adaptação a uma suposta unidade ou substância do real, mas na criação de multiplicidade singulares moventes, onde nenhum movimento paralisador subsiste. Elas se movem no seio da metamorfose eterna enquanto artistas sem identidade. O indivíduo deixa de ser substância; o eu pessoal é demolido; o nome próprio emerge para designar intensidades nômades.


Eu não sou eu, sou nós, sou de natureza múltipla, sou uma pluralidade de forças, uma composição de afetos diversos que tecem o corpo. Nessas condições dissolvem-se a identidade do eu e a semelhança ao tu. Não somos iguais perante qualquer lei nem tampouco semelhantes uns aos outros.


Tudo o que os cabe como artistas é afirmar nossa própria diferença e as diferenças de tudo o que nos cerca ou nos afeta. Não há uma lei transcendente à vida que ordene nosso ser ou nossa maneira de agir à qual devemos obedecer.


Tudo o que a vida e o acaso exigem de nós é que sejamos fortes, isto é, que saibamos selecionar nossos encontros e produzir, a partir de nós mesmos, os agenciamentos que nos fortaleçam para que sejamos dignos da beleza desse universo, para que possamos jogar com desenvoltura e liberdade e criar novas constelações, novos caleidoscópios, novas diferenças, novos brinquedos." (Fuganti, 1996, p. 69)

FUGANTI, Luiz Antonio. Saúde, desejo e pensamento. Saudeloucura. São Paulo: Hucitec, no. 2, p. 19-82, ago. 1990.




Palavras sobre o amor, Albert Einstein e Fernando Pessoa







Nunca amamos ninguém.
Amamos, tão-somente, a ideia que fazemos de alguém.
É a um conceito nosso - em suma, é a nós mesmos - que amamos.
Isso é verdade em toda a escala do amor.
No amor sexual buscamos um prazer nosso dado por intermédio
de um corpo estranho.
No amor diferente do sexual, buscamos um prazer nosso dado
por intermédio de uma idéia nossa.
(Fernando Pessoa)


A imaginação é mais importante que o conhecimento.
Conhecimento auxilia por fora, mas só o amor socorre por dentro.
Conhecimento vem, mas a sabedoria tarda.
(Albert Einstein)


Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar.
Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?
(Fernando Pessoa)






YES: The Revealing Science of God by Yes Part 1




Obra-prima: Adoro!


Durante essa turnê, enquanto estavam no Japão para alguns shows, Jon Anderson leu o livro "Autobiografia de Um Iogue", do mestre hindu Paramahansa Yogananda, e simplesmente viajou nos belos ensinamentos ali contidos. Inspirou-se e começou a escrever alguns temas baseados naquilo que lia. O livro contava as experiências espirituais de Yogananda em contato com diversos mestres da Índia. Falava daquela viagem espiritual na busca da paz, de Deus, do encontro consigo mesmo e da expansão da consciência na luz.

A primeira parte (antigo lado 1 do disco de vinil duplo) é "The Revealing Science of God - Dance of the Dawn" ("A Ciência Reveladora de Deus - Dança da Aurora"). Essa parte é descrita por Jon Anderson assim:

SHRUTIS (do sânscrito: "Textos Sagrados"; "Revelações Sagradas")."

"A Ciência reveladora de Deus pode ser vista como uma flor permanentemente aberta, da qual emergem as verdades simples, registrando as complexidades e a magia do passado, e fazendo-nos ver que não deveríamos esquecer nunca a canção que nos foi dada escutar. O conhecimento de Deus é uma indagação objetiva e constante."

Essa primeira música tem tudo de bom do Yes clássico: uma letra inspirada ("Amanhecer da luz", "Amanhecer do pensamento", "Amanhecer de nosso poder" e "Amanhecer do amor"), bons momentos de teclado e guitarra e a voz de Anderson em momento muito inspirado. Para muitos, essa é a melhor música do disco. Em minha opinião, Steve Howe e Rick Wakeman estão fantásticos nessa seção. Novamente, volto a pensar: se essa música fosse mais curta teria sido um grande sucesso da banda.

Deixe carregar um pouco antes de escutar

Parte 1




YES: The Revealing Science of God Part 2 of 2




Parte 2







The Revealing Science of God (Dance of the Dawn) letras
Artista: Yes
Album: Tales from Topographic Oceans


SHRUTIS: The Revealing Science of God can be seen as an ever-opening flower
in which simple truths emerge examining the complexities and magic of the past
and how we should not forget the song that has been left to us to hear. The
knowledge of God is a search, constant and clear.

.........

Letra:

Dawn of light lying between a silence and sold sources,
Cahsed amid fusions of wonder, in moments hardly seen forgotten
Coloured in pastures of chance dancing leaves cast spells of challenge,
Amused but real in thought, we fled from the sea whole.
Dawn of thought transfered through moments of days undersearching earth
Revealing corridors of time provoking memories, disjointed but with
purpose,
Craving penetrations offer links with the self instructor's sharp
and tender love as we took to the air, a picture of distance.
Dawn of our power we amuse redescending as fast as misused
Expression, as only to teach love as to reveal passion chasing
Late into corners, and we danced from the ocean.
Dawn of love sent within us colours of awakening among the many
Won't to follow, only tunes of a different age, as the links span
Our endless caresses for the freedom of life everlasting.

Talk tothe sunlight caller
Soft summer mover distance mine

Called out a tune but I never saw the face
Heard but not replaced
I ventured to talk, but I never lost my place

Cast out a spell rendered for the light of day
Lost in lights array
I ventured to see, as the sound began to play

What happened to this song we once knew so well
Signed promise for moments caught within the spell
I must have waited all my life for this
Moment moment

The future poised with the splendour just begun
The light we were as one
And crowded through the curtains of liquid into sun

And for a moment when our world had filled the skies
Magic turned our eyes
To feast on the treasure set for our strange device

What happened to wonders we once knew so well
Did we forget what happened surely we can tell
We must have waited all our lives for this
Moment moment moment

Star light movements in seasons
Release forward
Tallest rainbow
Sun shower seasons
Life flower reasons

They move fast, they tell me,
But I just can't believe that I can feel it
There's someone, to tell you,
amidthe challenge we look around in unison with you

Getting over overhanging trees
Let them rape the forest
Thoughts would send our fusion
Clearly to be home

Getting over wars we do not mean
Or so it seems so clearly
Sheltered with our passion
Clearly to be home

They move fast, they tell me,
But I just can't believe they really mean to
There's someone, to tell you,
And I just can't believe our song will leave you
Skyline teacher
Warland seeker
Send out poison
Cast iron leader

And through the rhythm of moving slowly
Sent through the rhythm work out the story
Move over glory to sons of old fighters past.
Young Christians see it from the beginning
Old people feel it that's what they're saying
Move over glory to sons of old fighters past.

The move fast, they tell me,
But I just can't believe they really mean to
There's someone, to tell you,
A course towards a universal season

Getting over overhanging trees let them
Rape the forest, they might stand and leave them
Clearly to be home
Getting over wars we do not mean
We charm the movement suffers
Call out all our memories
Clearly to be home

We've moved fast
We need love
A part we offer is our only freedom

What happened to this song we once knew so well
Signed promise for moments caught within the spell
We must have waited all our lives for this
Moment moment

Past present movers moments we'll process the future, but only
To touch him we know, send flowered rainbows
That chased flowers of dark and lights of songs
To you, show all we feel for and know of, cast round,
Youth is the truth accepting that reasons will relive
And breathe hope and chase and love
For you and you and you




YES: The Remembering - High the Memory 1




Obra-prima: Adoro!






Descrição de Jon Anderson:


SURITIS (do sânscrito "Smritis": "Memórias de epopéias inspiradas").

"Todos os nossos pensamentos, impressões, conhecimentos e temores têm se desenvolvido no transcurso de milhões de anos. Podemos, através de nós mesmos, referirmo-nos somente sobre nosso próprio passado, vida e história. Aqui é o teclado de Rick que projeta vívidos fluxos e refluxos de olho de nossas mentes: o oceano topográfico.

Por sorte, notamos que certos aspectos ocorridos ao longo do tempo não são tão significativos como a natureza do que está impresso em nossa mente, e o modo como isso está registrado e é utilizado."

Essa música fala da possibilidade do olho da mente viajar nas águas do tempo através do oceano da eternidade (um oceano topográfico espiritual) e vislumbrar outras realidades somente perceptíveis pelas vias da imaginação, da intuição e da viagem espiritual. Nesse ponto, Anderson estava bastante adiantado para a época. A chamada regressão de memória (tecnicamente o nome parapsicológico é "retrocognição"), que hoje é estudada por muitos pesquisadores como ferramenta terapêutica para o desbloqueio de vários traumas psíquicos, é abordada de maneira bem sutil ao longo da música. Ele fala de "viajar longe nos sonhos" e explorar as experiências passadas. Fala de "viajar pelo tempo e pelas histórias e mitos" que formaram a alma da humanidade. Ou seja, é uma busca espiritual nas luzes do passado, um doce canto inspirado na viagem da alma pelo rio espiritual do tempo, uma doce viagem da caravela humana pelo oceano da sabedoria antiga (aqui fica bem evidente a influência dos Vedas, as escrituras mais sagradas dos hindus, sobre Anderson).

Apenas mais um detalhe adicional: a percepção supranormal de eventos externos passados é chamada tecnicamente de "psicometria" (do grego: "psiquê": "alma"; e "metria", oriundo de "metron": "medida"). Ou seja, a percepção da alma das coisas, o mergulho nos registros do tempo (conhecidos esotericamente com o nome de "registros akáshicos").

Como observa-se, não é uma temática fácil de ser assimilada pelos leigos, quanto mais musicada e direcionada a um público genérico e acostumado a outros piques progressivos. Isso equivale a tentar musicar os épicos da Bíblia para os orientais. Esse é mais um dado para demonstrar porque esse disco foi tão mal compreendido.


Parte 1


Deixe carregar um pouco... antes de escutar





YES: The Remembering- High The Memory 2




Deixe carregar um pouco... antes de escutar





Parte 2





......

Letra

As the silence of seasons on we relive abridge sails afloat
As to call light the soul shall sing of the velvet sailors course on
Of the velvet sailors course on
Shine or moons send me memories trail over days of forgotten tales
Course the compass to offer into a time that we've all seen on
Into a time that we've all seen on

High the memory carry on
While the moments start to linger
Sail away among your dreams
The strength regains us in between our time
The strength regains us in between our time
As we shall speak to differ also the ends meet the river's son
So the ends meet the river's son

Ours the story shall we carry on
And search the forest of the sun
We dream as we dream! Dream as one
And I do think very well
That the son might take you silently
They move fast
They tell me
There's someone rainbow
Alternate tune

In the days of summers so long
We danced as evenings sang their song
We wander out the days so long
And I do feel very well
That the evenings take you
Silently. They move round
Sunlight, seeing ground
Whispers of clay
Alternate ways

Softer messages bringing light to a truth long forgotten on
As we shall speak to differ also the ends meet the river's son
So the ends meet the river's son

I reach over and the fruit of life stand still
Stand awhile we search our past we start anew
The music sings of love you knew We walk around the story
Out in the city running free
Sands of companions sides that be
The strength of the meeting lies with you
Wait all the more regard your past
School gates remind us of our class
Chase all confusion away with us

Stand on hills of long forgotten yesterdays
Pass amongst your memories told returning ways
As certain as we walk today
We walk around the story
Out in the city running free
Days pass as seconds turn they key
The strength of the moment lies with you

Don the cap and close your eyes imagine all the glorious challenge
Iron metal cast to others
Distant drums

Force the bit between the mouth of freedom didn't we learn to fly
Remember to sail the skies
Distant suns
Will we reach
Wiunds allow
Other skylines
Other skylines to hold you

Relayer
All the dying cried before you
Relayer
We've rejoiced in all their meaining
Relayer
We advance we retrace our stories

Like a dreamer all our lives are only lost begotten changes
We relive in seagull's pages
Outwards ways.

Things are all in colours and the size of others shall send you
forward
Arrange to sail you toward
A peace of mind
Will we reach
Winds allow
Other skylines
Other skylines to hold you

Relayer
All the passion spent on one cross
Relayer
Sail the futile wars they suffer
Relayer
We advance we retrace our story, fail safe now

Stand on hills of long forgotten yesterdays
Pass amongst your memories told returning ways
As certain as we walk today
Press over moments leaving you
Out in the city running free
Days pass as seconds turn the key
The strength of the moment lies with you
Out tender outward lights of you
Shine over mountains make the view
The strength of you seeing lies with you

Ours entrance we surely carry on
And change the passing of the sun
We don't even need to try we are one

And I do think very well
As the truth unflods you
Silently
They move time
Rainbows
Sunlight
Alternate tune
Alternate tune

Rainbows
Soft light
Alternate view
Sunlight
Tell me
Someone
Alternate view
Alternate view, surely, surely



Dueto: Capitu e Capi - tu?






Capitu

Há um mar agitado nesses olhos
Mistérios insondáveis camuflados
Abismos escondendo negras pérolas
Entre corais de amores naufragados...

Há um céu nebuloso nesses olhos
Afastando fulgores da alvorada
Alamedas vestidas por mil sombras
E tão nuas de encantos da florada...

Há fugazes tormentas nesses olhos
Dissimulados líquidos de sal
Fugindo de cruéis condenações
Escondem-se sob véu angelical...

Há gritos de silêncios nesses olhos
Percorrendo as entranhas tal um vulto
Dúbios espelhos da alma separados
À procura de paz ou novo indulto...

Há nesses olhos dois ímpios altares
Imolando perguntas com punhais...
Por que ofertas assim esses olhares
Se teu único vício foi amar demais?

( Marise Ribeiro)




Capi - Tu?

Há um mar calmo nesses olhos
Mistérios insondáveis disfarçados
Abismos escondendo abissais intenções
Entre corais de amores submersos

Há um céu nebulos nesses olhos
Trazendo fulgores da alvorada
Alamedas nuas em tons pastel
E tão vestidas do desencanto da morada

Há fugazes tormentas nesses olhos
Dissimulados relâmpagos de desejo
Fugindo de cruéis absorções
E negando-se a qualquer ensejo

Há gritos de silêncios nesses olhos
Percorrendo as entranhas com voraz magia
Dúbios espelhos da alma mutilada
À procura de paz ou seria... outra alforria?

Há nesses olhos dois sagrados altares
Imolando perguntas com punhais
Por que ofertas assim esses olhares
Se nem todo o amor te bastou jamais?

(Cerriky CRK)


Fernando Pessoa: ... "sobre" Deus, deus e eu ...





"Deus é um conceito econômico.
À sua sombra fazem a sua burocracia metafísica
os padres das religiões todas."

************************************

"Multipliquei-me para me sentir,
Para me sentir, precisei sentir tudo,
Transbordei, não fiz senão extravasar-me,
Despi-me, entreguei-me,
E há em cada canto da minha alma um altar a um deus
diferente".

********************************************

"Tenho pensamentos que, pudesse eu trazê-los à luz e
dar-lhes vida, emprestariam nova leveza às estrelas,
nova beleza ao mundo, e maior amor ao coração dos homens."


Dueto: Deus! A Solidão do homem e Como se o riso chorasse





Deus! A Solidão do Homem
Zena Maciel

Diante da condição do ato de existir,
visto-me com o manto da fé
Abro o relicário do coração
Abraço a solidão de Deus

Presença oniponte da vida
Dono do universo...
Do enigma do ser....
Da flor do viver....

Viver sobre a condição humana
da liberdade de ser
Dos paradígmas das
incertezas do saber

Saber o que será feito dos
dogmas e credos
Da pobre matéria
Será pó? ou glória eterna?


**********************************************

Como se o riso chorasse
Luiz Gilberto de Barros

Quando conversas contigo,
Tuas perguntas são tantas,
Que o teu melhor amigo
É o espelho onde te encantas.

Mas quando teu rosto triste
Observa teu semblante,
Todo riso que tu riste
Ser dissolve... num instante

E como se não bastasse,
Nem curas tua ferida...
É como se o riso... chorasse
Sobre a dor mais atrevida.

E assim, diante dos fatos
Tu procuras o teu cais,
E questionas teus retratos
Sem saber aonde vais...

Mas quando a fé te resgata
Dos mistérios dessa dor,
O teu amor te arrebata
E te leva... ao Criador.





Consolo, por Willian H Stutz




Consolo Willian H Stutz


Sê Fênix.

Usufrui do direito quem tens
ao sofrimento real.
Ele é teu e único.
Necessário.

Mas lembra-te,
a vida segue inexoravelmente seu curso.
Atropela os incautos,
deslumbra os afoitos,
premia os justos e corajosos.

Após amarguras sentidas,
transforma-te.

Sê a grega e mitológica ave,
que além de seu eterno retorno das cinzas
é capaz de suportar pesadas cargas.

Ressurge exuberante e mais sábia,
mais serena.

Desvenda os mistérios
que regem nosso universo,
eterno,
possível,
prazeroso.

Sê feliz, sê feliz.




21 novembro, 2009

De la pasión a la decisión , por Mariana Cantarelli y Cristina Corea





De la pasión a la decisión

Mariana Cantarelli y Cristina Corea



1. La idea de esta nota es abrir un campo de

pensamiento propio de la experiencia del amor, que no

esté en disputa ni con el psicoanálisis ni con los

estudios sobre género, es decir, con los dos discursos

que han hegemonizado hasta hoy las reflexiones sobre el

amor. El procedimiento para pensar la condición del amor

actual no es construir un saber sobre el amor, sino

pensar habitando la experiencia amorosa. Se trata de

pensar esta experiencia y al mismo tiempo las

condiciones para que pensar sea una experiencia. Los

dispositivos del saber constituyen discursos sobre un

tema. El agotamiento de esta forma del saber es

correlativo con la destitución de las teorías. La

pregunta por el amor actual no se arma en la discusión

con una teoría sobre el amor, sino en la conversación

con amigos, amigas, esposos, etc. Otro campo muy potente

para pensar esta problemática es el del cine y la

televisión. Algunas series y películas dan cuentan de la

variación en la constitución subjetiva de la mujer y del

varón, y también de las modalidades de habitar las

situaciones amorosas. Entonces, la idea es, por un lado,

poner en suspenso las teorías sobre el amor "el

psicoanálisis y los estudios sobre género" y por otro

lado, intentar pensar en conexión con experiencias y con

las nuevas configuraciones que aparecen en las series

televisivas y las películas.


2. El recorrido del taller parte de El último tango en

París "paradigma del amor pasional" para llegar a Matrix

" ejemplo del amor como decisión", pasando por la serie

televisiva Nikita, las películas Terminator y Blade

Runner. En estas últimas películas, aparece el amor en

condiciones de catástrofe. En condiciones de destitución

general de las instituciones burguesas, el saber y la

transmisión del saber se agotan y el único modo de

habitar esas condiciones es pensar. El pensamiento

permite habitar una situación catastrófica. Cuando la

vida ya no transcurre en condiciones de estabilidad es

necesario pensar para habitar esa destitución general.

Cuando no hay saber, el problema es cómo se construyen

los dispositivos para pensar. Mientras en el mundo

moderno se disponía de un saber sobre el amor que

permitía pensar las situaciones amorosas, en las

condiciones contemporáneas ya no hay saber que permita

orientarse en la experiencia amorosa. Desde la

experiencia, el sujeto se constituye sólo si piensa eso

que lo afecta. Es decir, el sujeto no es previo a la

experiencia sino que se constituye en ella. Por otra

parte, también la experiencia misma si no es pensada se

desvanece.


3. El procedimiento del saber "que necesita de las

condiciones de acumulación, verificación, coherencia

interna" se vuelve imposible en un mundo de extrema

velocidad, de cambio permanente, de información, de

fluidez. Cuando el saber entorpece la posibilidad de

habitar situaciones es necesario pensar. Pero para poder

pensar es necesario declarar el agotamiento del saber,

es decir, decidir que el saber previo ya no sirve para

habitar las situaciones actuales, decidir que el saber

previo no sirve para pesar la experiencia amorosa en su

novedad, en su contemporaneidad. Para pensar las

situaciones contemporáneas es necesario suspender las

representaciones estatales heredadas del amor.


4. En el mundo contemporáneo, pensar las situaciones

amorosas es también pensar las condiciones de

desfondamiento general de las instituciones. No es

posible pensar qué es el amor post-institucional si no

se parte de estas nuevas condiciones.


5. Si el amor es ese encuentro entre dos que desafía las

formas instituidas, si el amor es trasgresión, deseo o

pasión, hay bibliotecas enteras para pensarlo. Pero si

el amor no adquiere estas formas: ¿qué estatuto tiene?

¿qué estatuto tiene el amor cuando la época se altera

radicalmente? En un mundo donde la subjetividad está

constituida por las instituciones disciplinarias, donde

la subjetividad está atravesada por la ley, el

amor-pasión tiene una fuerza subjetiva enorme. Pero

cuando las condiciones generales son de desfondamiento o

cuando la subjetividad no está constituida a partir de

la ley, el amor trasgresor pierde potencia. Entonces,

¿qué intensidad produce el encuentro amoroso bajo estas

otras condiciones? Cuando el amor no toma su potencia de

la trasgresión de la ley, ¿cuál es su intensidad?. Esta

pregunta es también la pregunta por el sentido del amor

en un contexto pasional y en un contexto de decisión. En

la pasión, el sentido proviene de la trasgresión de las

instituciones "familia, iglesia, etc. Es decir, el

sentido se transfiere. En la decisión, el sentido

procede de la situación y la intensidad procede de la

posibilidad de ganar existencia con el encuentro.


6. Toda escena pasional se organiza con tres términos.

Ese tercer término es la institución. Cada término de la

situación cobra intensidad en su relación con el tercero

instituido. En una situación amorosa triangular, el

vínculo con el amante es más intenso que el vínculo con

el esposo, pero la existencia del esposo es lo que le da

intensidad al amante.


7. La idea de la pasión está ligada a una determinada

idea del mundo. En un mundo sólido, el movimiento es

vida. En la solidez el movimiento produce subjetivación

porque opera sobre la estructura alienante que

condiciona al sujeto. Cuando el mundo es fluido, el

movimiento es un dato, entonces, la operación subjetiva

ya no se dirige a introducir movimiento sino a

cohesionar, a articular, a armar un encuentro. En el

pasaje de la solidez a la fluidez, las operaciones

amorosas son de cohesión y no de trasgresión. Contra la

solidez: pasión. En la fluidez: decidir un encuentro y

sostenerlo.


8. Con el amor pasa lo que pasa con la política. En

condiciones nacionales hay un instituido o un

estabilizador de la política: el Estado; y hay un

instituido del amor: el matrimonio. La voluntad estatal

tiende a estabilizar estas pasiones para reproducir su

lógica, para perdurar. Tanto el amor como la política en

tiempos nacionales buscan ser estabilizados por la vía

estatal. Y las estrategias subjetivas respecto del amor

y la política buscan romper el instituido marital y el

instituido estatal. Entonces, en condiciones nacionales

estas dos situaciones son muy intensas porque adquieren

la forma de la rebelión. La ruptura con lo instituido es

una operación subjetivante cuando el mundo es estable.

En condiciones de fluidez, las instituciones se

desvanecen y uno deviene superfluo. Uno es superfluo

hasta que se constituye en la experiencia. Las

situaciones amorosas o políticas son una experiencia de

constitución subjetiva cuando la subjetividad no está

producida por las instituciones. Si el horizonte actual

es la condición superflua, y no las instituciones

disciplinarias, el problema es cómo se produce

subjetividad bajo esa condición. La experiencia

subjetiva actual no es de ruptura sino de producción.


9. Entre El último tango en París y Matriz, hay un

cambio de género: uno es drama, el otro es acción. Esta

variación da cuenta del cambio sustancial en la

configuración del amor. En condiciones estatales el

género del amor es el drama. En el drama, el amor es

trágico, es la búsqueda siempre fallida de un objeto, es

un otro que no llega a colmar la significación interna,

es el ideal del sujeto. En cambio, el género de las

condiciones actuales es la acción. En la acción, el amor

está más ligado a las circunstancias que a la

interioridad subjetiva. En la pasión, el sujeto está

constituido previamente al encuentro amoroso: el sujeto

tiene su mundo, sus ideales, su novela neurótica; y el

encuentro busca colmar esas significaciones internas. En

la decisión, el sujeto amoroso se constituye una vez que

decide estar con otro, una vez que decide estar con otro

que lo acompañe en la invención de un mundo que si no se

inventa en común no existe. Si el sujeto está

constituido previamente al encuentro, el otro es un

objeto que va a cargar con las significaciones internas

del sujeto. Si el punto de partida es la superfluidad, y

no la subjetividad instituida "el yo", el otro es

condición para la subjetivación. Es posible constituirse

en una situación amorosa, pero el punto de partida no es

el yo, sino la des-existencia, la superfluidad. Sólo se

gana ser si se decide ser con otro. En la fórmula

amorosa pasional: uno es para el otro "aunque el

encuentro siempre sea fallido", se trata de dos

subjetividades constituidas previamente. En cambio, en

la experiencia del amor actual: uno es condición para el

otro. Cuando uno es condición para el otro es necesario

decidir que uno es condición para el otro y que el otro

es condición para uno. La subjetividad amorosa es

radicalmente distinta si se parte del otro como

condición o si se parte del como objeto. El otro puede

ser objeto de dependencia de uno u ocasión de

constitución de la subjetividad.


10. En la lógica estatal, el conflicto se da entre el

deseo de un yo y el instituido que produce la sociedad

bajo las instituciones disciplinarias; entre lo que

quiere el yo y lo que la sociedad le pide a ese yo. El

deseo le permite al yo ese despliegue que la sociedad

acota, reprime, aliena. Hoy, en cambio, el conflicto se

da entre la nada y la existencia. En este sentido, el

amor es un proyecto de producción de existencia, es la

ocasión que transforma lo superfluo en un sujeto. Si la

amenaza para el amor pasional es que el deseo se apague,

la amenaza del amor contemporáneo es devenir superfluo

para el otro.


11. En suelo estatal todos somos necesarios y la

existencia está asegurada. Es por eso que la reflexión

moderna del erotismo y el amor gira en torno de la

relación con la muerte; se liga al amor como experiencia

de lo imposible con la muerte porque la vida no

constituye un problema, la vida está asegurada desde el

estado. En cambio, cuando todos somos contingentes, el

problema no es la muerte sino la existencia, la

posibilidad de la vida "en términos de humanización. Por

eso deshabitar una experiencia implica perder ser. En

condiciones estatales, deshabitar una situación no pone

en riesgo la existencia.


12. El pasaje de la pasión a la decisión es correlativo

con el pasaje del régimen de los sentimientos, como modo

de relación en el amor, al régimen del afecto. El

sentimiento es un instituido, es el resultado de un

"flechazo", se produce cuando el encuentro con el otro

responde a la significación ideal que posee el sujeto.

Cuando el amor se juega en el terreno de la decisión, el

régimen no es el de los sentimientos, sino el de los

afectos. Ya no cuenta tanto qué se siente por el otro

sino cómo uno se deja afectar por el otro, cómo se deja

afectar por la experiencia amorosa. En ese caso es

necesario decidir de qué modo uno se va a dejar afectar

por el otro, ya que el régimen de afectación no está

establecido. Los sentimientos se precipitan o se liberan

respecto del orden instituido "la pasión es ese

sentimiento que va más allá de lo instituido. El afecto

se decide. Con este cambio de régimen cambia también el

estatuto de la responsabilidad en el amor. La

responsabilidad estatal es instituida, está determinada

por el estado; la responsabilidad actual se decide: se

decide sobre qué uno se va a hacer responsable. En

términos estatales la responsabilidad está referida a

obedecer o a transgredir un mandato. En las condiciones

actuales la responsabilidad no está establecida: es

espacio de decisión, de pensamiento, de constitución

subjetiva.


13. El sufrimiento amoroso actual es muy distinto del

sufrimiento en el amor pasional. En la pasión se sufre

por el desencuentro con el objeto deseado. En el mundo

actual se sufre por la dificultad de constituirse

amorosamente en una situación de desfondamiento.