05 junho, 2010

Movimentos "lentos" e o coração, onde está?





- Por vezes o movimento é lento.
- Sim, e, muito frequentemente, ele PARECE lento.
Depende do tipo de movimento, distância percorrida 
e tempo gasto que você usa como referência. 
Além de outros fatores, é claro.
- Tais como...
- Seu humor, a hora do dia (ou da noite), se está chovendo 
ou fazendo sol. Depende se recebeu um beijo da sua amada 
(ou amado), se viu flores, se dormiu bem na noite passada. 
E, também, de como se alimentou durante o dia.
- Jamais serei capaz de avaliar TUDO isso.
-Não se faz necessário avaliar.
Basta estar aberto... para considerar.

(De "Conversas com o Mago-Mor)

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- O que você quer dizer com isso?
- Que meu coração está no céu E possui raízes fortes na Terra.
- Apego? Obstinação?
- Não.
- O que, então?
- Uma atípica sensibilidade para juntar sentimento e razão.
- Outro nome para normalidade?
- Ohhh não. Hoje você não acerta uma! 
Pelo contrário.
No mundo massificado e desumanizado em que
vivemos-com-aparência-cada-vez-mais-humana,
as pessoas matam "por amor" e matam através do uso da racionalização,
a doença da razão. Veja o exemplo das muçulmanos.
Trate-se de um delicado equilíbrio, esse.
E solitário!

Na verdade, não é sempre solitário, já que é possível
instituir espaços de compartilhar e inventar companhias
para esse fim de... aprendizagem.
Um lugar outro que possibilite cruzar informações dessa... 
ética existencial!

Também é verdade que
meu coração está na Terra 
e possui raízes fortes no céu!

(De "Provocações do mago". V. XVII. p. 637)




6 comentários:

Unknown disse...

Excelente postagem Cê!
És tanto o Mago quanto o aprendiz em teus textos, de onde concluímos que aprendes com ti próprio. Parabéns! É a chave da sabedoria!
E parabéns também pelo blog maravilhoso!
Abraçoss!

Cerikky.. Cesar Ricardo Koefender disse...

Obrigado Lenise, minha querida amiga e professora. Suas palavras e atenção para com minhas inquietações são importantíssimas na construção de algumas das minhas postagens.

Muito apreendi com você, inclusive a paciência para explicar e ensinar o (que parece) óbvio.

Receber você aqui é gratificante e estimulante.

Sim, aprendo comigo, com você, com o que está dentro, com o que está fora... com o outro e, principalmente, com o que resulta desses encontros.

Um abraço.

Kátia disse...

Essa postagem provocou uma avalanche de pensamentos... mas não consigo expressar uma só palavra. Pegou de jeito. Hahahahahahahahaha!!!
Lembra do céu enraizado? Céu e a terra interligados... Como se o sonho e a realidade estivessem de mãos dadas?

Lembrei também do 'Ave Maria' e do 'Deus nos acompanhe'.
Nada posso dizer além de: A M É M!!!

.

Cerikky.. Cesar Ricardo Koefender disse...

Esse tema do coração e suas raízes no céu e na terra, e de suas asas nos mesmos dois lugares... é recorrente.
Claro que lembro.

Esses polos opostos - aparentemente - estão em imanência. Então... muita coisa está de mãos dadas com muita coisa.... kkkkkk

E que Deus nos ajude a vê-las para melhorar nossa capacidade de avaliar ... tudo isso... com lucidez.

Kátia disse...

Percorrendo a seqüência... rs

O equilíbrio again. Algumas pessoas sobrevivem apenas pelo intelecto e algumas apenas pelos sentimentos. Ambas, depararam com a desarmonia. O equilíbrio é necessário e os extremos, tanto por falta, quanto por excesso nos fazem mal. É preciso que razão interfira nas diferentes situações em que as emoções se manifestam. É preciso que a emoção abrande a razão, em outras vezes.

'Coração no céu com raízes fortes na Terra e coração na Terra com raízes fortes no céu'. Isso é lindo e me faz sorrir de uma forma bem lúcida!

.

Cerikky.. Cesar Ricardo Koefender disse...

... lhe "faz sorrir de uma forma bem lúcida!"
Isso também é lindo!

Sou suspeito: gosto de toda a sequencia e seus correlatos não sequencidos... digo, outras postagens relacionadas...

O que vejo na clínica (como Psicoterapeuta e Analista Institucional) é que, por vezes... a doença, que leva a um desses extremos - ou a ambos, como no caso dos trantornos afetivos, tipo bipolar - é a única e possível oportunidade de, por assim dizer, viver, denunciar, acatar, desenvolver, criticar, evidenciar situações limite: quero dizer que é nesse instante (e instância) limiar que se encontra, define, vislumbra... outro modo de vida.
Louco isso?
Sim, muito...
E precisa de tratamento.

´Por outro lado, desde a Psicologia Social Pichoniana, sabemos que o dito doente é mero bode expiatáorio do (e/ou dos) grupos sociais de onde emerge... marcadamente a família.

Nesse caso e em vários outros não diagnosticados como doentes, por exemplo, numa assembléia de Condomínio (rs) sempre há uma loucura permeando situações que configuram bodes expiatórios e porta-vozes (outro dos principais papéis atribuídos e adjudicados inconscientemente pelo grupo a um de seus membros...

Enfim... o equilíbrio não é permanente e nem interno... somente de um dos sujeitos do grupo...

O que me parece mais importante é a esfera... a junção de razão, sentimento, resultando em ação.

(Mil platôs" (na real mil não dá né... muito poucos platôs disponíveis para isso... já que loquear é muito mais fácil e exige bem menos do que ser/estar e buscar saúde. Precisamos inventar outros... MAIS platôa.) para se equilibrar e buscar saúde... e bem estar.
Platôs...

Continue com esse lindo sorriso. minha amiga. Esse seu, que vem acompanhado da Lucidez... é um belo platô!