20 julho, 2011

Dia do Amigo, ou... SOBRE AS AMIZADES





Os amigos vêm, vão, ficam, retornam e se vão.


Me explico: a ideia tão difundida e repetida de que "amigos que são amigos de verdade" não nos abandonam, traem, machucam, agridem, dissimulam, não tem eco dentro de mim.
Amigos fazem as mesmas coisas que todo mundo faz: familiares, vizinhos, colegas, funcionários, patrões, clientes, desconhecidos....


É da humanidade dos amigos se perderem e se acharem - deles mesmos e de nós também!
Assim, amizades permanecem, continuam e terminam., recomeçam ou começam de uma forma completamente inédita - as vezes com os próprios amigos. Quero dizer: uma nova amizade começa dando lugar a ou outra que se foi.... com o mesmo amigo. Um alento!


Também considero que amigos são amigos, mas nem sempre ESTÃO amigos.
Também considero que amigos ESTÃO amigos, mas nem sempre SÃO amigos.


É precisamente nesse duplo ser e estar que se configuram os território afetivos que dão surgimento a tantas e tão variadas expressões afetivas que desembocam em encontros e desencontros: amigos reais, virtuais e virtuais-reais.
O que é real?
O que é virtual?


Por vezes... os ditos amigos reais estão tão distantes (ausentes) que nem sabem e nem acompanham cenas e cenários da nossa vida.
Por vezes... as amigos ditos virtuais estão tão próximos (presentes) que acompanham cenas e cenários da nossa vida.
Volto a perguntar:
O que é real?
O que é virtual?


A realidade da amizade é composta pela conjunção dos pensamentos, sentimentos e práticas que dão sustentação a essa complexa - e simultaneamente simples - relação humana, que é linda, encantadora, prazerosa, estimulante e fonte de muitas e infinitas descobertas e aprendizagens.


Os diferentes tipos de amizade possíveis é algo que me provoca constantemente o pensamento e afeta os meus mais intensos sentimentos: amigos íntimos, amigos na Internet - os só virtuais (importante definir: aqueles com os quais não tenho muita ou quase nenhuma intimidade, mas que se mantém como fonte de trocas e constância de presença em páginas e redes sociais, os virtuais-reais, os amigos ocasionais, os ligados a diversão, lazer... os de papos infindáveis sobre as coisas da vida e a vida das coisas... dentre outros, impossíveis de definir.


Também gosto muito da noção de atitude amigável, ou dito de outra forma, a amizade como modo de vida (tem postagens nesse blog com essa temática e você pode achá-las usando o mecanismo de pesquisa... lá em cima `a direita): aquela que se caracteriza por comportamentos e sensibilidade que ESTÃO presentes em diferentses tipos de relacionamentos... embora não SEJAM amizades e nem amigos no sentido usual que se dá a essa palavra.
Assim.... atitudes amigáveis em relação ao entregador de gás, ao porteiro, ao caminhante na rua, ao vizinho, enfim... uma espécie de amor ligado a humanidade de cada um (e não à concepção de humanismo!).


Só para terminar, quero dizer que AMIGO é uma palavra que se conecta a algo identitário e, portanto, ligado ao SER. Numa lógica binária o amigo É ou NÃO É amigo. Ponto final.


Na lógica que eu uso na minha vida, o amigo pode ser-sem-estar-sendo (num determinado momento da linha de tempo) amigo. E o 'amigo' pode estar sendo-sem-ser amigo.
Nessa lógica - tecnicamente chamada de "o terceiro incluído" - está presente e contemplada a contradição e o princípio da incerteza, duplas essas, que são condições de existência das possibilidades de se lidar com as  mudanças... com menos sofrimento, dor, resistência e frustração, algo que definitivamente é responsabilidade nossa e de cada um.


Ainda quero dizer que a palavra AMIZADE é algo que se conecta - NOS CONECTA- à estados não-identitários, ou seja, nos coloca com possibilidades virtualmente presentes de estabelecer afetos e afecções e sensações com outras pessoas de uma forma mais livre, responsável, humana, respeitosa e em movimento permanente, já, agora, longe dos blocos monolíticos do absoluto "é ou não é"... amigo!


Que ninguém se iluda: amigos e amizades estão em permanente relação dialógica, tanto nos afetos, quanto nos conceitos, quanto nas práticas... e é, precisamente isso, que faz com que eles tenham sabor tão... doce, acridoce e salgado, eventualmente amargo.



O sentimento de amizade é muito superior à identidade do amigo e à identidade de amigo.
A amizade pode ser 'eterna', mas o amigo não. Por que?
Porque a amizade precisa do amigo para existir, enquanto prática de reposição do papel identitário amigo. 
Assim, se o amigo não está presente e/ou não está exercitando esse papel e essa identidade... sobrou amizade e faltou amigo. Uma questão complexa... 



Mais uma advertência (rsrsrsrs): que ninguém se iluda pensando que eu sou amigo de todo mundo ou tenho atitudes amigáveis com todos 'o tempo inteiro': também me permito os movimentos de SER E ESTAR!... e sou bastante seletivo e criterioso nas minhas, por assim dizer "seleções".


O melhor de tudo é quando escolhemos e somos escolhidos para ser e estar amigos: uma benção!
Os anjos da guarda - aqueles mesmo, os invisíveis - e os anjos de carne e ossos o sabem (esses últimos também emergem sendo-sem ser (anjo) e estando-sem ser (anjo): outra benção!


E, ainda resta a memória, mesmo quando amigos e amizades se foram - quer pela morte, quer pela distância geográfica, quer pela distância da intimidade e presença que existiu.


Aos meus amigos de todos os tempos e em diferentes espaços o meu agradecimento e gratidão pelo que me deram (dão) e me possibilitaram (possibilitam) dar E receber: outra benção!


Um beijo e um abraço.


Para comemorar, dentre outras coisas, comprei angélicas - cujas fotos ilustram essa postagem -, flores de perfume intenso e pronunciado, incomuns e lindas... como muitos de vocês.


Feliz dia do amigo e feliz amizades!


Cesar R K



14 julho, 2011

Amanhã, 15 de julho: Dia do Homem, uma data para não ser comemorada.



Mais uma data para o comércio e para a mídia se refestelatem e conseguirem alcançar seus intentos nefastos e dissumulados, gerando desejos, bens de consumo - materiais e imateriais - consumíveis na forma de alienação subjetiva, já que a intenção é de fazer parecer que nessa comemoração há uma equivalência, uma 
similutude, uma paresença com o dia da mulher, quando não há nehum.
Porque não há?


Muito simple: o masculino é hegemônico, ou seja dominante.
São os homens que dominaram toda a história da humanidade no campo político, social, intelectual, religioso e, até mesmo, no familiar pois, embora as mulheres cuidassem dos afazeres domésticos, sempre 
foram os homens que mandavam e obrigavam elas a fazerem os abortos 
para seus filhos indesejados; sempre foram os homens que controlavam o dinheiro e seus usos; os homens é que davam a palavra final sobre a esmagadora maioria das coisas que afetavam 
todos os componentes do grupo, fossem eles, mulheres e crianças, idosos e empregados. Os homens é que são os patrões, dentro e fora do trabalho


Foram os homens que fizeram as revoluções, as guerras e exerceram seus domínios não só sobre países, culturas e relações profissionais, políticas e sociais, mas, também sobre as familiares, sobre as mulheres, as diferentes faixa-etárias, etc.
Muitas vezes esse poder foi exercido de forma brutal e autoritária, sem dissimulações e mostrando sua cara violenta de maneira bem clara.
Hoje isso ainda acontece.
O homem e seu correspondente gênero masculino continuam hegemônicos, mas agora, já não de forma majoritariamente visível e explícita, mostra-se, portanto, dissimulada, num clima de semi-invisibilidade, pois os discursos politicamente corretos e a legislação, que pune - ou tenta punir - estão na ordem do dia, produzindo, a primeira, hipocrisias sempre reinventadas e mentiras completas e, a segunda, ou seja a legislação, tenta coibir os abusos, já que essa dominação está longe de terminar, mesmo com o avanço das leis de proteção aos excluídos, da maior e melhor conscientização das vítimas, da ocupação de cargos 
públicos e profissionais por mulheres, etc...


A hegemonia masculina não se dá só mediante o controle de países pobres pelos ricos, de patrões sobre empregados, mas de homens sobre mulheres,, crianças, velhos e, também, de homens brancos sobre todos os negros - homens incluidos - , agora afro-descendentes.
A maioria dos assassinatos, crimes passionais, viôlencia com agressôes físicas e verbais, abusos morais e sexuais, estupros e discriminações continuam sendo feitas pelo homem-gênero-dominante.
Comemorar o Dia do Homem, portanto, nesse contexto, é não só indesejável como completamente vergonhoso.


Dizer que se quer e está comemorando o "novo homem" que está surgindo e que cuida dos afazeres domésticos, participa na educação dos filhos, respeita os subordinados e, enfim, tem sensibilidade... é um engodo, já que esse novo homem não está pronto e não possui uma identidade reconhecida e identificável 
pela esmagadora maioria dos homens.
Assim, comemorar esse dia porque-se-comemora-o-dia-da-mulher é absolutamente midiático e sem conexão com os movimentos de transformação da sociedade.


Talvez se pudesse comemorar o dia dos homens (com h minúsculo) e das mulheres (também em minúsculo), pois que há diferentes e singulares jeitos de ser homem e mulher que não passam pelos jeitos aludidos pela mídia e pela reprodução do hegemônico.
Mais isso é muito para a mídia-que-não-sabe-pensar-diferença.


Falando em mídia, dois exemplos recentes.


Num, há uma apresentação de teatro onde um casal aparece assistindo o final da peça sob grande aplauso do público quando três carros aparecem e se colocam de forma apoteótica para "receber os aplausos".
A mulher se vira e vê, para seu espanto, surpresa, choque, o companheiro - um homem - chorando emocionado com o carro e sua performance. Patético.


Noutro, nas ondas do rádio (que eu trasncrevo abaixo) lê-se algo no site da emissora que parece ser impossível de estar acontecendo, tamanha a aberração.
Confira por você mesmo:


"Dia 15 de julho é o dia do homem no Brasil. Por isso a Ipanema e a 
Homem Company vão fazer um cara virar patrão. Quem responder 
melhor a pergunta "O que significa ser homem no século XXI?" vai 
comemorar sua testosterona com uma roupa nova da Homem Company, 
uma camiseta da Ipanema, vai poder entrar na melhor festa do dia, 
a Folharada, com direito a CINCO acompanhantes mulheres e ainda 
levar um passaporte Opinião pra fazer noite todas as sextas até 
março de 2012 de barbada, com acompanhante! Não coube na frase, 
mas tem mais. O Homem ganhador vai conhecer o estúdio da Ipanema e 
receber o prêmio aqui, no ar, com a Carol Reque.
Trabalha, lava a louça, tira a sombrancelha, escuta rock, acampa, 
fica em casa cuidando da criançada, assiste futebol e toma ceva? 
Sê homem e responde a pergunta! Quem é o homem do século XXI? Não 
esquece de incluir teu telefone na resposta.
O Vale-Presente da HOMEM COMPANY será de 01 (uma) Jaqueta Homem 
Náutica e 01 (uma) Calça Homem Náutica."


Link no site da emissora:
http://ipanema.uol.com.br/promocoes-interna.php?P=37



Resolvi participar e escrevi a seguinte resposta:

Significa ter sensibilidade para perceber o caráter reacionário e machista dessa promoção que enaltece a testosterona e recoloca "o patrão" no centro do poder, sabendo que esses dois "analisadores institucionais" dão visibilidade à hegemonia do masculino ao longo de toda a história da humanidade com suas características de uso da força, incentivo às guerras e dominação das minorias discriminadas (não numéricas, mas sociais), como as mulheres, crianças, pobres, velhos, homossexuais e imigrantes, dentre outros.
Significa resistir a "esse estado das coisas" e desenvolver atitudes críticas e ações solidárias que combatam todos os preconceitos e, nesse caso particular, a ideia de comemorar com 
CINCO mulheres, e assim, bancar o machão-de-plantão-que-ganhou-a promoção!
Significa saber que o mundo precisa de homens e não de machos, ou seja, ser homem no século XXI é abdicar desse lugar de onipresença do masculino estereotipado e dar abertura para o fluxo de devires... amando mais e melhor não só as mulheres, mas a humanidade toda.
Significa, ainda, questionar o texto dessa promoção e colocá-lo no contexto de sua criação e em relação à Ipanema FM, uma rádio que escuto faz muitos anos e que tem, também historicamente, um papel combativo e alternativo...
"O mundo mudou". 
E a Ipanema... também? 


Pra finalizar, quero dizer que isso, vindo da Ipanema FM, só pode ser provocação - uma forma de atiçar os ânimos e provocar indignação e reações... já que essa rádio é historicamente alternativa, crítica e combativa das formas dominantes; como o próprio Rock, o estilo, (genero?) musical que mudou o mundo para sempre com seu estimulo e prática absolutamente revolucionários no campo social, cultural e da constituição da subjetividade.

13 julho, 2011

Dia Internacional do Rock: o mundo mudou depois dele... para sempre!





Dia internacional do Rock, um gênero musical que chegou para
mudar o mundo. E mudou!
Defendia o amor livre, a paz entre as pessoas e os povos.
Cultuava a informalidade, a expressão do corpo e dos afetos
estimulando uma leitura crítica da realidade e do cotidiano com
ênfase no presente.
Tudo isso continua atual e indispensável.

Minha homenagem passa pelo meu gosto pessoal...
faltou umas 5 mil músicas e muitas bandas e solos... rs










09 julho, 2011

YES: Time and a word, ou um pouco mais sobre o tempo e o amor, suas passagens e ritmos



Outono

Nome da imagem: mago do plátano (abaixo)





Minúscula apologia do ENTRE.
Não (só) lá; nem (só) cá.
Mas, também lá e cá!
Dentro e fora em movimento (s)!





Nome da imagem: mago do inverno (acima)




Yes - Time and a word


In the morning when you rise,
Do you open up your eyes, see what I see?
Do you see the same things ev'ry day?
Do you think of a way to start the day
Getting things in proportion?
Spread the news and help the world go 'round.
Have you heard of a time that will help us get it together again?
Have you heard of the word that will stop us going wrong?
Well, the time is near and the word you'll hear
When you get things in perspective.
Spread the news and help the word go round.

There's a time and the time is now and it's right for me,
It's right for me, and the time is now.
There's a word and the word is love and it's right for me,
It's right for me, and the word is love.

Have you heard of a time that will help get it together again?
Have you heard of the word that will stop us going wrong?
Well, the time is near and the word you'll hear
When you get things in perspective.
Spread the news and help the word go round.

There's a time and the time is now and it's right for me,
It's right for me, and the time is now.
There's a word and the word is love and it's right for me,
It's right for me, and the word is love.
There's a time and the time is now and it's right for me,
It's right for me, and the time is now.
There's a word and the word is love and it's right for me,
It's right for me, and the word is love.



Inverno



08 julho, 2011

Morin aos 90, por Juremir Machado da Silva e... sobre o que isso tem a ver comigo





Edgar Morin chega hoje aos 90 anos de idade. Na vida, foi tudo. Participou da luta armada contra a ocupação nazista de Paris. Entrou no Partido Comunista Francês. Foi um dos primeiros a romper com o stalinismo. O seu primeiro livro, "O Ano Zero da Alemanha", fez um balanço dos estragos da Segunda Guerra Mundial. Conheci Morin em 1993. Em 1995, ele fez parte da minha banca de doutorado, na Sorbonne. Nossa relação depois só se estreitou. Traduzi quatro dos seis volumes da sua obra principal, "O Método", para o Brasil. Ajudei a publicar os dois outros. Indiquei para a Sulina o já citado "O Ano Zero da Alemanha", que estava esgotado mesmo na França havia décadas. Dentro em pouco, sairá no Brasil mais uma obra de Morin, "A Minha Esquerda". Sinto-me ligado a esse homem, construtor de uma "teoria da complexidade".

A festa, no primeiro andar da Torre Eiffel, será grande, organizada por Dominique Wolton. Judeu, órfão de mãe muito cedo, criado num bairro popular parisiense, em Ménilmontant, Morin figura atualmente entre os intelectuais mais respeitados do mundo. Depois do marxismo, nunca mais cedeu à tentação de "ismo" algum. Nem ao existencialismo nem ao estruturalismo. Muito menos ao pós-modernismo. Tampouco ao liberalismo. Ser de esquerda para ele é, antes de tudo, não ser de direita. A ideia de que esquerda e direita não existem mais é uma invenção da direita. Antes do escândalo sexual que tirou Dominique Strauss-Khan da corrida presidencial francesa de 2012, Morin já o rejeitava: "Não é sério. DSK representa o FMI, esse mundo do dinheiro gerador de tantas catástrofes. Ele é classicamente um liberal". Ser de esquerda para Morin é alimentar esperanças em um mundo mais justo baseado na solidariedade, na cooperação, no humanismo e no amor.

Romantismo? Nostalgia? Ingenuidade? Morin, com seu ar de sábio ancião, não se abala: "É preciso renovar a esquerda com revolta e aspiração. Revolta contra tudo o que leva o homem a degradar o homem. Aspiração não ao melhor dos mundos, mas a um mundo melhor". Morin sente-se como um jovem rebelde e anarquista. Mostra o caminho. Seu mais recente livro chama-se "La Voie". Ele tem criticado o apreço dos empresários ocidentais por sistemas autoritários asiáticos que geram produtos baratos explorando trabalhadores submissos. Cabe ao Ocidente melhorar o capitalismo asiático e ajudar o povo chinês a ser livre. O homem complexo deste século não pode ser nem comunista nem neoliberal. Precisamos de livre iniciativa e de Estado regulador, de proteção e de correr riscos.

Uma das marcas de Morin é o ecletismo generoso. Gosta da alta cultura e da chamada cultura de massa. Vai da ópera às novelas de televisão. Continua viajando muito. Parece que ainda tem várias namoradas, uma delas no Rio de Janeiro. O Brasil é uma das suas grandes paixões. Aos 90 anos, Morin pensa no futuro e nos seus desafios: "O mundo de amanhã enfrenta os mesmos problemas de ontem. Como diminuir o fosso que separa os mais ricos dos mais pobres e criar um mundo mais humano e generoso?". Longa vida a quem pensa assim. Viver não é só trabalhar.

Juremir Machado da Silva | juremir@correiodopovo.com.br



...............................................................



Edgar Morin, completando seus 90 anos de vida, me mostra que é possível chegar à velhice com lucidez, saúde, disposição para viajar, produzir, pensar e amar. Um grande feito, esse.
Não bastasse isso, também me instiga a prestar-lhe um singelo agradecimento por tanto e por quanto ele escreveu e estudou, mostrando, através de seus livros, entrevistas e aulas, que é possível "não criar o melhor dos mundos, mas um mundo melhor" a cada aqui e agora, sempre considerando o complexo conjunto de ações e retroações que caracterizam nossa condição de "homo sapiens-demens".


Quero dizer que não sou um apaixonado por Morin e nem fã "de carteirinha" de seus livros - na realidade li poucos dos muitos que escreveu - mas sou sim um apaixonado-desejante de suas ideias e pensamento, os quais configuram-se como ferramentas para pensar e trabalhar profissional e pessoalmente com a intrincada e  complicada rede de complexidade que vai moldando e (des) (re) moldando nossa existência. 


Muito do que Morin escreve é autobiográfico. Ele compartilha sua experiência com coragem, bravura e sem se considerar modelo. Também compartilha com amor.
Muitas mortes já se fizeram - e se fazem - nessa vida de Edgar Morin - como de fato acontece com a de todos nós constantemente: rupturas, contrariedades, desilusões, perdas, rompimentos de vários tipos.
Muitas vidas já se fizeram - e se fazem - nesse vida  de Edgar Morin - como de fato acontece com a de todos nós constantemente: novas alianças, ideias, afetos, maneiras de se posicionar, amizades, enfrentamentos, utopias.... 


Até mesmo o nome desse blog é resultado desse contágio feito por Morin: 'As coisas da vida e A vida das coisas' expressa os inícios e fins, a dualidade não excludente, mas dialógica, que está em permanente diálogo.


Dentre as coisas que mais admiro, gosto e que me nutrem de seu pensamento e obra cito:


- A ideia de complexidade, que ajuda a evitar os reducionismos de todos os tipos, como por exemplo a de ficar (na nem sempre real) noção de causa -e-efeito.


- Sua noção de "mito reconhecido como mito" que ajuda a estabelecer diálogos lúcidos com o que pode ser insano em nós. Uma ferramenta indispensável, penso, para quem quer sonhar e viver a realidade transitando entre a (as) verdade (s), o sonho, a loucura e "o real", a sabedoria e o amor.


- A ideia de que o resultado das ações independem das vontades dos sujeitos sociais e suas intenções, já que elas, podem, ambas, cair em territórios definidos por inter-jogos de ações e retroações impensáveis, inéditas e incontroláveis, já que a história - da humanidade e da vida de cada um  - não se dá majoritariamente de forma linear, mas, de  fato, acontece... por desvios e a partir de imponderáveis acontecimentos..


- A ideia do autoexame - indispensável para ver, perceber, conhecer, pensar a vida e o mundo numa busca  sempre incerta e renovada de "iniciação à lucidez" -  como ferramenta de autoconhecimento e ação que interliga constantemente o dentro e o fora estabelecendo uma espiral dialética e dialógica que varia ao infinito. 

- A ideia de programa e estratégia que ajudam a flexibilizar e dar sentidos outros aos caminhos traçados e as variabilidades de fazer o que queremos e precisamos.


- A ideia de "paradigma" - componente da "Epistemologia da Complexidade" - como ferramenta para por em análise e conhecer-conceber o que vemos, deixamos de ver em consequência do conjunto de ideias-referências de que dispomos a cada momento.


- A ideia de resistir, esperar e amar, ferramentas para trabalhar a capacidade de se manter lutando e desenvolvendo a paciência... buscando identificar quando é importante e necessário tirar o time de campo e parar de dar murros em ponta de faca... com ou sem desistir das "coisas da vida" que estão acontecendo.


- A ideia da complexidade não como uma explicação, mas como um assinalamento da dificuldade....de compreender, elucidar, conhecer o que estamos estudando, vivendo...


-  A ideia da incerteza como ferramenta para ajudar a abrir mão do controle neurótico e opressor buscando instituir a relação confiança-desconfiança em tudo o que é (dito)  ciência, técnica e razão.


- A ideia de que o amor é, antes de mais nada, uma expressão "do amor" à vida, libertando-se, assim, de todos os paradigmas majoritariamente religiosos, humanistas, familiaristas, exotéricos, idealistas, ilusionistas... rsrsrs.


- A ideia de que não basca saber e conhecer: é preciso conhecer a compreensão e o conhecimento... as formas, maneiras de como isso se dá.


- A possibilidade de associar o que Morin ensina com outros autores, filósofos ou não, com a vida "simples" de cada um que passa, atravessa, compartilha a nossa caminhada...


- A ideia que une e separa, simultaneamente, de forma dialética e/ou dialógica, os polos opostos, como amor-ódio-indiferença, caus e gênese, dentro e fora, bom e ruim, presente-passado e futuro...  e que é concebida como não sendo, necessariamente, doença e loucura.


- A ideia que distingue racionalidade de racionalização e os associa aos "componentes alucinatórios da percepção" mediante os quais vemos o que não existe e não vemos o que existe "em a realidade"... devido os paradigmas de que dispomos no momento e que nos "obrigaram" a ver e nos "obrigaram" a não ver.


Se por um lado o pensamento de Morin desestabiliza e desconstrói muitas ideias concebidas e pré-concebidas, por outro, dá alento - esperança-não-redentora-mas-eficaz-e-com-ferramentas-para-agir - ...  estímulo, liberdade e força... numa inusitada mistura aromática e saborosa que se traduz como um certeza de seguir em frente nesse mundo incerto.


Por essas e outras, o meu agradecimento ao senhor Edgar Morin e o desejo 
de luz e paz 
e ação 
e saúde... 
Digo isso de uma forma não evangélica... rs..


Cesar R K





07 julho, 2011

Razão e emoção: em qual se guiar? Quem (qual) é o mestre?







É antiga essa pergunta.
Novas são as respostas.
Abaixo... alguns indícios:


A razão, ou antes, a racionalidade, é fundamental para eleger, perceber, apreciar, conceber, agir; mas ela comporta o grande perigo de se transformar em racionalização.
A emoção é também fundamental para eleger,perceber, apreciar, concebe, agir; mas ela comporta o grande perigo de se transformar em sentimentalismo. Daí para a vitimação e a culpabilização (processos esses nem sempre conscientes e controláveis) é um passo só.
Nessa 'eterna' luta entre Apolo e Dionísio, ficamos muitas vezes perdidos. Ora querendo e necessitando o esclarecimento da razão. Ora, querendo e necessitando das erupções emocionais do prazer.


ENTRE a razão e a emoção existem pólos, abismos, pontes, conexões, linhas, fios de possibilidades nem sempre consideradas... tanto por uma quanto pela outra, ou seja, tanto a razão desconhece a emoção, quanto a emoção desconhece a razão. Não se trata aqui de achar "um caminho do meio", fazer uma média ou, pior, achar um equilíbrio homeostático.
Trata-se, isso sim, de acionar essa pontes-luzes de diálogos dialógicos contemplando ambas em suas diferenças, simultaneamente, numa espécie de tempo-espaço que possibilita a configuração de figuras geométricas, tais como esferas perfeitas (segundo uma leitura da banda canadense Rush na  - segunda - música postada na íntegra abaixo)... ou ainda... hexaedros, pirâmides, quadrados, octógonos e assim por diante.
Quem sabe que composições podem surgir dessas conexões? 
Fractais?
Why not?



Edgar Morin se pergunta sobre o que vemos, como vemos e de que maneira percebemos a própria percepção e conhecimento que temos do mundo.
Félix Guattari e Gilles Deleuze se perguntam que sensações de mundo se produzem em nós e como essas sensações e seus (os) perceptos nos informam do que está se passando nessa dialógica dentro-fora de nós.
Questões complexas, essas, segundo Morin.
Quando se diz que algo é complexo, ainda segundo Morin, não se está dando uma explicação (ou nesse caso, poderia se dizer ... está se dando uma não-explicação), mas se está assinalando uma dificuldade em conhecer, compreender, explicar, identificar... enfim.



No belo texto abaixo, de Humberto Mariotti, médico psicoterapeuta e ensaísta. Coordenador do Grupo de Estudos Contemporâneos (Complexidade, Pensamento Sistêmico e Cultura) da Associação Palas Athena (São Paulo), do qual transcrevo fragmentos, mais um pouco dessa temática... numa perspectiva da teoria da complexidade.




A  RAZÃO  DO  CORAÇÃO  E  O  CORAÇÃO  DA  RAZÃO
(Blaise Pascal e o Pensamento Complexo)

Os dois diálogos

Pascal influenciou Morin também no que se refere à dialógica. A propósito, convém relembrar aqui a diferença entre dialógica e dialética, que algumas pessoas têm dificuldade de entender e outras imaginam inexistente. O escritor francês Paul Valéry, por exemplo, caiu nesse equívoco quando escreveu que Pascal havia escolhido ser vago a ser exato.17  Na realidade, ele parece ter confundido pensar com clareza com pensar exclusivamente segundo o raciocínio binário — a lógica do “ou/ou” ou do terceiro excluído. No mesmo engano incorreram outros comentadores da obra pascaliana. Mas a diferença existe, sim, e a idéia de dialógica é apresentada com clareza em várias passagens dos Pensamentos.

 Na dialética, como se sabe, o formato é a tríade tese, antítese e síntese. A síntese é a resolução, o resultado do embate entre a tese e a antítese. Desse modo, pode-se dizer que a contradição se resolve por meio de uma espécie de negociação que leva a um acordo. O choque entre os opostos é solucionado pelo surgimento de uma terceira figura. Já na dialógica não é possível chegar a uma resolução, pois as características dos contrários tornam o confronto inegociável e por isso eles precisam conviver num diálogo sem fim. Um dos critérios, talvez o mais eficaz, para fazer essa diferenciação é a duração do diálogo. Na dialética ele é temporário, tem início meio e fim. Na dialógica, precisa continuar indefinidamente.
Morin assim define a dialógica: “Unidade complexa entre duas lógicas, entidades ou instâncias complementares, concorrentes e antagonistas, que se nutrem uma da outra, completam-se, mas também se opõem e se combatem. (...) Na dialógica, os antagonismos persistem e são constitutivos das entidades ou fenômenos complexos”.18 (Edgar Morin. La méthode. 5. L’humanité de l’humanité. L’identité humaine. Paris: Seuil, 2001, p. 281.)

Trata-se, portanto, de opostos ao mesmo tempo antagônicos e complementares, como os princípios masculino e feminino, a razão e a emoção, ou, como escreveu Nietzsche em seu primeiro livro19, o apolíneo e o dionisíaco. Para esse filósofo, a cultura da Grécia clássica comportava dois pólos. O apolíneo seria o controlado, o racional, da ordem, da contenção. O dionisíaco seria o bárbaro, da paixão, do desejo incontido. Essa interação produz conflitos, mas também gera criatividade: o apolíneo precisa do dionisíaco e a recíproca é verdadeira. Ou, nas palavras de Pascal: “Nem a contradição é a marca da falsidade, nem a não-contradição é a marca da verdade”.20

Em suma, a dialógica é um modo de fazer com que os paradoxos não apenas sejam admissíveis, mas de perceber as idéias novas que muitas vezes deles emergem. É o que diz Gérard Lebrun, para quem o objetivo da dialógica não é solucionar contradições, mas sim tornar pensáveis os paradoxos.

Mas lidar com paradoxos (e não há nada mais paradoxal do que o ser humano e suas sociedades) é coisa de que não gostamos, porque nos confronta com a inevitabilidade da dúvida, da incerteza, da dificuldade de controle. Nossa cultura predominantemente cartesiana, iluminista, nos convenceu de que podemos dominar a natureza, inclusive a nossa própria. E nos forneceu incontáveis instrumentos de auto-engano para manter-nos convencidos disso, mesmo quando somos (como acontece diariamente) postos diante de evidências de que esse domínio está muito longe de ser tão completo quanto desejamos.

... somos fortes e fracos — não uma coisa ou outra —, e que há momentos e circunstâncias em que é preciso aceitar o erro, a aleatoriedade e a ambigüidade. Aceitá-los e reconhecer que eles são meios de autoconhecimento, que nos ensinam a tolerância (não confundir com permissividade), a moderação (não confundir com auto-repressão) o senso de ridículo (não confundir com timidez) a firmeza de posições (não confundir com narcisismo) — enfim, a sabedoria de viver, que inclui isso tudo mas a nada disso pode ser reduzida. 

A compreensão da ambigüidade da condição humana exige que aprendamos a lidar com essa e muitas outras contradições não solucionáveis pela dialética. Já vimos que quando o diálogo de duração limitada não soluciona uma contradição, é preciso levá-lo adiante, não desistir dele, perpetuá-lo enfim.

A dialógica é tão importante que Morin fez dela um dos instrumentos de conhecimento do pensamento complexo, a que deu o nome de “operador dialógico”. Convém insistir nesse ponto: ao utilizar a dialógica aprendida com Pascal, ele busca antes de mais nada estabelecer a alimentação mútua entre contrários inconciliáveis pela dialética. Na impossibilidade de uma síntese superadora da contradição, a tensão entre os opostos se mantém e dela surgem fenômenos novos — as propriedades emergentes.

Essa é também a proposta do pensamento complexo: ligar a razão do coração ao coração da razão.

A idéia pascaliana de aposta (pari)  ilustra  bem esse aspecto. Ela influenciou de modo importante o pensamento de Morin, para quem nossas ações são sempre o resultado de uma decisão, uma escolha entre duas ou mais alternativas. O processo inclui, portanto, a incerteza e a imprevisibilidade e por isso não deixa de ser uma aposta.

Morin propõe que ao falar em aposta não devemos pensar invariavelmente em jogos de azar ou realizações que implicam perigo. Na realidade, apostar equivale a trazer a incerteza para junto da esperança. Quando apostamos, introduzimos em nossas vidas e ações o wishful thinking, o desejo e o comprometimento. Não há estratégia nem enfrentamento de desafios sem disposição de aposta, seja qual for a questão envolvida. Apostar é um modo de entrar em contato com a aleatoriedade, a incerteza e a imprevisibilidade. Como estas estão entre as dimensões mais fundamentais da condição humana, pode-se dizer que toda vida que inclui reflexão inclui também um certo grau de aposta.


Morin alerta para o fato de que o conhecimento é limitado por várias evidências de incerteza: a) as visões de mundo são sempre individuais, subjetivas; b) nem a contradição é garantia de falsidade, nem a não-contradição assegura a verdade, como escreveu Pascal);  c) a falta de autocrítica da racionalidade (a razão que inclui a emoção) leva à racionalização (a razão “absoluta”); d) nossa mente não é de todo transparente para nós mesmos, pois existe o inconsciente.46 (Edgar Morin. Les sept savoirs necessaries à l’éducation du futur. Paris: Seuil, 2000, pp.93-94.)

 A aposta se justifica também diante do que Morin chama de “ecologia da ação”, para a qual ele propôs dois princípios, aumentados para três por Lise Laférière47(Edgar Morin. Les sept savoirs necessaries à l’éducation du futur. Paris: Seuil, 2000, pp.93-94. ): a) o nível de eficácia ótima de uma ação está em seu começo; b) uma ação não depende só da intenção ou intenções de seu autor; depende também das condições do ambiente em que ela se desenvolve; c) a longo prazo, os efeitos das ações não podem ser previstos.

As políticas da vida, particulares ou públicas, devem ser elaboradas simultaneamente no aqui-e-agora e no meio-termo. Tal circunstância produz inevitavelmente incertezas e contradições, pois do ponto de vista biológico não existe outra maneira de viver.48 (Edgar Morin. O método. 2. A vida da vida. Porto Alegre: Sulina, 2001, pp. 100-103.)

Não há, portanto, como deixar de apostar. Não há como deixar de ter fé, seja a religiosa, como propunha Pascal, sejam as de quaisquer outros tipos: na vida, no futuro, em nosso potencial e nos dos que compartilham conosco a existência e assim por diante. Trata-se, enfim, da esperança de que é possível idealizar e pôr em prática outros tipos de política além dos comprovadamente inadequados. Para tanto, porém, é necessário outro modo raciocínio: o pensamento complexo. Quanto maior for a distância a que os políticos atuais estiverem desse novo modo de pensar, mais intensa deve ser nossa aposta de que ele precisa ser implementado, pois no fim das contas tais políticos, seu modo de pensar e suas ações somos nós mesmos ou criações nossas, seja por ação, seja por omissão. A dimensão política da aposta não se resume a como chegar ao poder e mantê-lo. Implica concebê-lo, alcançá-lo e exercê-lo pensando de outra maneira.

Em relação a esse aspecto, falemos de um fenômeno sobre cuja existência e aparente inevitabilidade não há dúvidas: a barbárie humana em todas as suas manifestações — o que inclui a dos países ditos desenvolvidos. Se a existência e a aparente perenidade da barbárie são indubitáveis, apostar que ela pode ao menos ser atenuada poderia ser visto como uma perda de tempo. Isso se aplicaria, por exemplo, a apostar em iniciativas de paz num mundo pesteado por guerras e violência. Eis o argumento do ceticismo e do cinismo, dois grandes produtores de apostas negativas. Nesse, como em muitos outros casos, a aposta negativa esconde o conformismo, que por sua vez facilita a manutenção do status quo.

Para que haja alguma mudança que não se limite à retórica (e aí é que está a grande dificuldade), é indispensável que se aposte também numa mudança de modelo mental: na disseminação de um modo de pensar que permita ver as coisas (inclusive o cinismo e o ceticismo) de outra maneira. Essa é, como já sabemos, a proposta do pensamento complexo. Por isso, apesar desses e de muitos outros pesares é preciso apostar, sim, já que apostar negativamente é reconhecer que estamos ausentes de nossas próprias vidas. É fazer o jogo da alienação.


Cabe mencionar, desde Félix Guattari, com sua noção de Produção de Subjetividade, que nem sempre e, de fato, efetivamente quase nunca "as visões de mundo são sempre individuais, subjetivas, mas esse... é um outro assunto que não dá para desenvolver aqui e agora. MAS, PARA QUEM SE INTERESSAR, nos marcadores PSICOLOGIA E FILOSOFIA e CRÍTICA E CLINICA desde blog há algum material sobre esse assunto.







THE CAMERA EYE




<<< The Camera Eye must be open >>>


..."You can live in grace and comfort


in the world that you transform..."




Só para constar - e finalizar -: Pichon-Riviére dizia que a saúde (mental) 
está na adaptação ativa
que se dá pela junção de pensamento, sentimento e ação.

Postagem relacionada (tem a letra toda da música):




01 julho, 2011

Fernando Pessoa: oficina de autoconhecimento em Porto Alegre




Ser e não ser - metáforas do desassossego pela lente de Fernando Pessoa

O que queremos?
- Conectar com a intensidade dramática dos textos de Fernando Pessoa;
- Associar poesia e vida na produção de múltiplos sentidos de existência;
- Estimular a percepção de que conhecer-se e (des)reconhecer-se também é autoconhecimento;
- Acionar intensidades nos acontecimentos transitando entre a realidade e a ilusão;
- Estabelecer diálogos entre o singular e o plural buscando conexões entre as várias configurações do eu.

Como?
Através de leitura de textos e produções de Fernando Pessoa 
buscando ativar intensidades nas vivências e dinâmicas grupais.

Quando?
Em dois encontros nos dias 20 e 27/08/11, sábado, 
das 9:00h às 12:00h e das 13h30min às 16h 30min.

Onde?
Miguel Tostes, 998, cj. 24, esquina c/ Protásio Alves.

Valor do investimento: 
R$ 150,00 (cento e cinquenta reais)

Coordenação:
Psicóloga Maria Pompéia Muscato
Psicólogo César Ricardo Koefender

Local
Instituto Pichon-Rivière de Porto Alegre
Rua Miguel Tostes, 998, cj.24, Bairro Rio Branco 
(esquina c/ Protásio Alves) 
POA - RS. Fone/fax (51) 3331 7467