27 agosto, 2011

Cores, música e os estados de espírito











As cores 
remetem a 
estados de
espírito:






 
  momentos 
 da alma 
imortal 
e eterna, 
que está ...


 
 aprendendo 
sempre! 
Na dor e 
na alegria.



26 agosto, 2011

O enfadonho ser humano, ou sobre o bípede humano de Florbela Espanca




"...gosto das belas coisas claras e simples, 
das grandes ternuras perfeitas, 
das doces compreensões silenciosas, 
gosto de tudo, enfim, 
onde encontro um pouco de Beleza e de Verdade, 
de tudo menos do bípede humano, em geral, é claro, 
porque há ainda no mundo, graças a Deus, 
almas-astros onde eu gosto de me refletir, 
almas de sinceridade e de pureza 
sobre as quais adoro debruçar a minha".

- Florbela Espanca -



Há momentos que sou partidário do "prefiro os animais" (aos humanos).
Um espécie de cansaço generalizado me invade ao (re)constatar a grande fragilidade do chamado bípede humano pensante, que toma referências ditas "normais" - que nada mais são do que comportamento de massa - para guiar suas atitudes.
Edgar Morin caracteriza, esse aqui chamado bípede humano pela Florbela, como sendo, simultaneamente, homo-sapiens-demens... já que há coexistência de ambos os aspectos em seus modos de proceder... momentos esses, que parecem tirar toda a sua faculdade de pensar e sentir e transformá-lo numa máquina burra, insensível, estúpida, egoísta e enfadonha...

Exemplos disso são:
- a insensibilidade generalizada de muitos quando estão com a mente ocupada com alguma coisa que não o que você está lhes dizendo e que acaba por ter como consequencia grandes mal-entendidos gerados pela falta de atenção e/ou egoismo e medo de escutar o que lhe chega aos ouvidos ou aos olhos.

- as atitudes consideradas politicamente corretas, que se caracterizam por definir regras generalistas e que são socialmente defendidas como sendo de "bom senso" (que palavrinha nojenta") para sustentar posições de massa visando não enfrentar, não polemizar, e não discordar... do que realmente está se passando...

- as piadinhas bestas, infames ou patéticas que muitos fazem para "quebrar o gelo" (outra coisinha nojenta)... no início, no meio, no fim ou em qualquer etapa do "encontro". (Não estou aqui fazendo apologia da seriedade e da falta de humor e de intimidade... já que essas duas coisas nada tem a ver com as ditas piadinhas...).

- a banalização da comunicação, dos vínculos e a inserção de singularidades em quadros gerais de referência, ou seja, tomar como geral o que é particular (e  vice-versa), tomar o que é impessoal como pessoal,  tomar (e tornar) público o que é privado... e assim por diante.

Enfim...
Resta o consolo que nem todos são assim e que as "almas-astros" ainda existem e podem, como de fato o fazem, (re)aparecer e se mostrar a qualquer momento, quando cessa a pasmaceira e a burrice da ocupação in loco e in vitro e dá lugar a ocupação in vivo.



14 agosto, 2011

As invasões bárbaras ou sobre como somos reiteradamente convidados (SENÃO FORÇADOS) a pensar como os outros querem




"A tarefa do intelectual é dizer não ao espírito de rebanho. 
Cabe-lhe contrariar o senso comum. A tarefa do político é buscar 
novos caminhos que contrariem o conformismo".


Juremir Machado da Silva, em Jornal
(Correio do Povo,13/8/2011 



O título dessa postagem, as invasões bárbaras, tomado emprestado do maravilhoso filme homônimo (trailer no final do post) - que é a continuidade do também maravilhoso "o declínio do império americano" , ambos do diretor Denys Arcand - remete a uma variação atual do que se pode chamar como "ditadura do pensamento de direita", ou seja, um tipo de prática disseminada na mídia e nos comportamentos cotidianos que se caracteriza pelo modo  linear, cartesiano e produtivista, já que rejeita a crítica, a discordância e a desobediência e propõe a adaptação SEMPRE CRIATIVA aos desafios da vida.
Nesse sentido, encontramos as novas tecnologias da passividade (que induzem à passividade - disfarçada de resiliência e dissimilada com a idéia de aguentar firme e não reagir e, especialmente não resistir, com... outros modos de comportamento) e as novos discursos operacionais que buscam o compromisso das pessoas com a produção e a reprodução dos e das formas predominantes de agir, pensar, trabalhar. Viver. 


As invasões bárbaras, como uso o termo aqui, refere-se ao massacre cotidiano a que somos submetidos quando abrimos o email e o jornal que lemos. São textos e matérias, PPSs e todo o tipo de mensagem positivista que induzem a pensar sem raciocinio crítico e que buscam a repetição dos modos operantes e dominantes de utilizar o pensamento, através da repetição tanto dos conteúdos quanto das formas de apresentação em que "são embalados".
Não bastasse isso, ainda há uma espécie de produção de um modo de consciência ingênua que prega a "crítica pela crítica" , ou seja, que relativisa o conteúdo de modo a "deixar passar" aquilo que nele poderia ser fonte de outras formas de pensar e agir.
Ainda está embutida, nesse tipo de engodo, a idéia de que a crítica-por-si-só é sinônimo de criticidade, ou seja, do uso do pensamento crítico como ferramenta de conhecimento, elaboraçõao de hipóteses e confronto de idéias contrárias, algo inerente ao próprio livre pensar e a produção de conhecimento.
Fica em mim uma sensação de mal-estar e de constante estranhamento, como se eu fosse alguém "fora do mundo" - apesar de estar completamente nele.
Fica essa sensação de que subestimam a minha capacidade de raciocinar, de discordar, de avaliar e julgar com premissas e conceitos e sensibilidades diferentes das que eles impõe.
Não bastasse isso, ainda vêm com a assintura de Ph.Ds, tecnólogos do aprimoramento de pessoas e de "gestão de pessoas" e coisas afins.
Que cansaço e que tédio me dá isso!


Na contramão disso tudo, já que há Doutores (comuns e unificados) e doutores (singularizando e diferenciando seu saber e as formas de expressá lo e dele se utilizar), há, no mesmo jornal que lemos, uma atmosfera diferenciada (aqui experessa na citação de Juremir Machado da Silva, acima) que aponta que outros jeitos possíveis de "ser estar" no mundo e na vida... estão ao nosso alcançe... com raciocínio crítico, criticidade e resistência a esses modos de produção "de rebanhos": massas não pensantes que vivem como bois e vacas, olhando para o chão e ruminando "o mesmo" de todos os dias.


Assim sendo, reitero a sensação que estou fora do mundo, DESSE MUNDO de que falam os textos, em azul, abaixo: e esse estranhamento me é muito bom! sentir!


Parte desse estranhamento vem com o que estou escrevendo aqui e, parte, com o fato de eu não ter ido ao google para ver quem são e o que fazem os autores (todos com reconhecimeto profissional e valorizados pelos seus fazeres profissionais) dos textos em azul: o que eles escreveram já me basta para VER o quão distante e discordante deles eu me sinto, posiciono e vejo.
Defendo o raciocínio crítico, a impessoalidade e a capacidade de discordar e questionar como elementos componentes da "minha esquerda" (Edgar Morin) e do meu modo de ser na vida.
Não que essas invasões bárbaras não me afetem...

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"Resiliência é o termo que descreve as forças psicológicas e 
biológicas que nos permitem superar com sucesso as mudanças 
ocorridas na vida e a nos sentir mais preparados para enfrentar 
desafios futuros. É o que nos ajuda a lidar melhor com situações 
estressantes, pois é preciso que os processos fisiológicos do 
corpo humano, ativados pelo stress, funcionem bem nas mais 
diversas situações. Afinal, a resistência às mudanças é um 
fenômeno universal. Agindo de forma resiliente, conseguimos fazer 
com que o stress seja uma força a nosso favor e não contra nós".
(Correio do povo, 14/08/2011)

Palavras de Jorgi Matias Lima, palestrante e instrutora de cursos 
nas áreas de Gestão de Equipes, Liderança e Coaching, tema 
abordado nos workshop que realiza em empresas de todo o Brasil e, 
no RS, com a Universidade Feevale.

Vejam bem: nosso corpo e suas funções fisiológicas precisam ser bem submetidas aos interesses da produtividade e do forçado bem estar para enfrentar os estresses da vida: um outra maneira e mais atual de mostrar que os "corpos dóceis" (Foucauld) da sociedade disciplinar sobrevivem na sociedade de controle (Foucauld e Deleuze).
Já não podemos sofrer e PRECISAMOS enfrentar o estresse de peito aberto, vontade inquestionável de subvertê-lo e, ainda, ficar bem o tempo todo.
Ora, aqui se pode pensar a resiliência como "o cuidado de si", como nos disse Foucauld, mas, agora sim, de um jeito muito diferente...

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Resiliência em dez dicas


Um profissional resiliente, quando submetido a situação de 
estresse, a administrará de maneira sensata, sem impulsividade, 
visualizando o problema como um todo. Essa capacidade certamente 
lhe propocionará forças para enfrentar a adversidade e o tornará 
capaz de apresentar soluções criativas e eficazes.


A boa notícia é que todos nós podemos nos tornar resilientes. 
Seguem algumas dicas:


• Mentalize seu projeto de vida, mesmo que ele não possa ser 
colocado em prática imediatamente. Sonhar com seu projeto é 
confortante e reduz a ansiedade;


• Pratique esportes e métodos de relaxamento e meditação para 
aumentar o ânimo e a disposição. Os exercícios aumentam o nível de 
endorfinas, hormônios que proporcionam sensação de bem-estar;


• Procure manter o lar em harmonia, pois este é o "ponto de apoio” 
para recuperar-se;


• Aproveite parte do tempo para ampliar os conhecimentos, pois 
isso aumenta a autoconfiança;


• Transforme-se em um otimista em potencial;


• Assuma riscos (tenha coragem);


• Apure o senso de humor (desarme os pessimistas);


• Separe bem quem você é do que você faz;


• Use a criatividade para quebrar a rotina;
• Permita-se sentir dor, recuar e, às vezes, flexbilizar para em 
seguida retornar ao estado original.


Lembre-se, resiliência é a arte de transformar toda energia de um 
problema em uma solução criativa.


Destaque-se, seja resiliente!
Leonardo Soares Grapeia

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Resista A Necessidade de Criticar
(Richard Carlson, Ph.D.)


Quando julgamos ou criticamos outra pessoa, não são os seus 
defeitos que estamos denunciando, mas o nosso: a nossa necessidade 
de sermos críticos.
Se você costuma ir a encontros e ouvir críticas que normalmente 
são levantadas em relação ao comportamento de outros, e depois vai 
para casa e pensa a respeito do bem que essa prática fará para a 
tentativa de tornarmos este mundo um lugar melhor, provavelmente 
chegará à mesma conclusão que eu: Zero ! Nenhum bem. 


E não é só isso. 
A crítica não só não resolve nada, como contribui para a irritação 
e a desconfiança em relação ao nosso mundo.
Afinal, ninguém de nós gosta de ser criticado. Nossa relação 
normal à crítica é nos tornarmos defensivos ou desencorajados. Uma 
pessoa que se sinta atacada,  normalmente tem duas reações: ou 
retrocederá, por medo ou vergonha, ou atacará e irromperá em 
raiva. Quantas vezes você criticou alguém e ouviu a seguinte 
resposta: " Muito obrigado por apontar minhas falhas, eu realmente 
apreciei sua contribuição?"


A crítica, como xingamento, nada mais é que um péssimo hábito. É 
algo que nos acostumamos a fazer: somos íntimos da sensação. É 
algo que nos mantém ocupados e nos fornece assunto para conversas.


Se, no entanto, você ocupar um minuto observando de como realmente 
se sente logo após criticar alguém, perceberá que fica um pouco 
abatido e envergonhado, um pouco como se fosse você a pessoa 
atacada. O motivo dessa sensação é que ao criticarmos, fazemos uma 
declaração ao mundo e para nós mesmos: " Preciso ser crítico ". 


Não é algo que tenhamos em orgulho em admitir.


A solução é perceber o momento em que estamos sendo críticos. 


Perceba quantas vezes você costuma ser crítico e como se sente 
mal. O que eu gosto de fazer é transformar tudo num jogo.  Eu 
ainda me pego no ato de ser crítico, mas quando sinto o sentimento 
aflorando, tento me lembrar, dizendo "Aí vou eu , de novo ". 
Por sorte, consigo transformar, na maior parte das vezes, minha 
crítica em tolerância. 

Isso aqui me deixou tão anestesiado que nem consigo escrever nada.
O texto fala por si só e, vejam, como há uma concepção negativa da criticidade 
e como ela é pessoalizada e transformada em "ferramenta do mal", 
já que visa destruir e não des-cons-tru-ir. 


Finalizando: 

“... estamos sendo, sem medo de gastar este
sentimento infinito de ondas do mar...” 
Clarice Lispector
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Por mais que se tente dizer o que se vê, 
o que se vê jamais reside no que se diz.
M. Foucault


A pintura é poesia silenciosa, 
e a poesia, pintura que fala.
Simónides de Ceos

Video trailer: As Invasões Bárbaras


11 agosto, 2011

Oficina: Ser e não ser - metáforas do desassossego pela lente de Fernando Pessoa



Ser e não ser - metáforas do desassossego pela lente de Fernando Pessoa

O que queremos?
- Conectar com a intensidade dramática dos textos de Fernando Pessoa;
- Associar poesia e vida na produção de múltiplos sentidos de existência;
- Estimular a percepção de que conhecer-se e (des)reconhecer-se também é autoconhecimento;
- Acionar intensidades nos acontecimentos transitando entre a realidade e a ilusão;
- Estabelecer diálogos entre o singular e o plural buscando conexões entre as várias configurações do eu.

Como?
Através de leitura de textos e produções de Fernando Pessoa
buscando ativar intensidades nas vivências e dinâmicas grupais.

Quando?
Em dois encontros nos dias 17 e 24/09/11, sábado,
das 9:00h às 12:00h e das 13h30min às 16h 30min.

Onde?
Miguel Tostes, 998, cj. 24, esquina c/ Protásio Alves.

Valor do investimento:
R$ 150,00 (cento e cinquenta reais)

Coordenação:
Psicóloga Maria Pompéia Muscato
Psicólogo César Ricardo Koefender
Local
Instituto Pichon-Rivière de Porto Alegre
Rua Miguel Tostes, 998, cj.24, Bairro Rio Branco
(esquina c/ Protásio Alves)
POA - RS. Fone/fax (51) 3331 7467

contato@pichonpoa.com.br