16 dezembro, 2012

Natal religioso, social, midiático, ou Feliz natal todos os dias





O primeiro cartão de natal que
recebi nesse ano mostra a 
imagem de uma criança
olhando para cima, com os braços levantados
... segurando um globo terrestre.

"Um olhar para o novo amanhã", diz
a mensagem da capa.

Dentro do cartão, essas belas palavras:

(Introdução omitida)

"... queria e desejo que a força do natal
fosse tão poderosa que removesse dos
corações a fuligem da desesperança, a visão
dos perigos iminentes, a angústia do dia seguinte.

Desejo mais ainda que
reavivemos a fortaleza da nossa Fé;
divulguemos o poder da nossa coragem;
mostremos quão forte é a luz que brilha
em nossos corações, apesar de certas 
descrenças que flutuam no ar...

Merry Christmas every day!!!"

Junto com esse cartão, vieram muitos outros, menores,
tipo etiqueta, dos quais destaco um,
com as seguintes palavras:

Às nossas semelhanças 
e às nossas diferenças!!!
Abração!

..............................................


Escuto, nessa época, no desempenho da minha profissão, 
com muita frequencia... que o Natal é uma data
chata, triste, enfadonha (porque se repete "sempre do mesmo jeito").
É comum as pessoas se lembrarem de quem já não está
mais aqui e sentir...
saudade
abandono, 
culpa
desejo de reparação
(e impossibilidade de fazê-lo),
capacidade de amar diminuída
(ou muito aumentada, causando estranheza),
dificuldades com o perdão, 
revolta,
medos variados (dentre os quais o de sofrer nova perda,
seja pela morte, seja pela vida),
e, só para citar mais um...
desejo intenso de corresponder às expectativas
do outro associado a dúvidas quanto a consegui-lo
(sentimento de incapacidade e inadequação que fica 
ainda mais forte pois vem acompanhado 
de profunda sensação de solidão, já que nas festas de Natal
- aquilo que se repete e é sentido como 
"sempre do mesmo jeito" -
não dá quase margem 
à percepção das diferenças que se operaram
em cada um dos sujeitos ao longo
do último ano (desde o Natal passado).

Sendo o Natal uma data/ festa cristã 
- e, portanto, religiosa -
todos os temas concernentes a essa temática vêm à tona: 
questionamentos sobre a (própria) espiritualidade 
(ou as ausência dela);
indagações sobre a própria capacidade 
de se adequar (ou não) aos
preceitos, regras, ditames, 
ritos de cada uma das práticas
católicas, evangélicas, espíritas... ;
inquietações e dúvidas sobre o que está fazendo da (própria) vida 
e sobre qual o "lugar" que está ocupando no mundo
(de onde viemos, 
o que estamos fazendo, 
para onde vamos, 
o que faremos), etc...
se fazem MAIS presentes.



Sendo o Natal uma data/festa social
- e portanto, de relacionamentos -
todos os temas concernentes a essa temática vêm à tona:
questionamentos, inquietações e dúvidas
sobre como estão os relacionamentos interpessoais, 
amorosos, sociais, institucionais, 
grupais, de vizinhança, de cidadania, de ecologia, de cuidados
com o planeta que habitamos, de cuidados com o outro 
(qualquer outro) e de cuidados para consigo próprio, etc...
se fazem MAIS presentes.

Sendo o Natal uma data/festa comercial e midiática
- e portanto, diretamente vinculada ao dinheiro 
e aos usos que dele fazemos - 
todos os temas concernentes a essa temática vêm à tona:
compra e venda,
situação financeira,
papai noel  e os presentes que vêm dele (ou não), 
necessidade de retribuição com (quase sempre) desajuste
no equilíbrio entre dar e receber.
captura e aprisionamento pela mídia,
incremento do/no desejo de imagem
(qualquer imagem que se pode chamar de "parecer ser"),
questionamentos, inquietações e dúvidas sobre
quanto, como e porque se está sendo o "desejo do outro" 
(qualquer outro, mídia incluída)...
ou se... se está caminhando para ser o autor 
do próprio desejo, 
da própria vida, 
fazendo escolhas
permeadas
(onde o outro está INCLUÍDO)
- que se dão através e entre -  o eu e o outro.

Sendo o Natal uma data/festa instituída
que se caracteriza pelos temas acima citados, 
o meu desejo 
para quem 
estiver lendo 
essa postagem
é que faça seu próprio natal
(em minúsculo mesmo)
acionando as forças desejantes e inventivas,
criativas de bem estar próprio,
sem a dependência do outro
(mas com a participação dele, se assim desejar) 
e com grande esforço para não cair nas ciladas
enferrujadoras e enferrujantes das
próprias capacidades de decisão 
e de fazer da própria vida uma obra de arte.
Construir o próprio natal, sentindo-se bem
na companhia (ou não) de
quem se realmente quer (estar junto),
sentindo-se à vontade com o próprio corpo 
(e com alma, se se acredita nela. Eu acredito)
com o ambiente e em sintonia com a vontade pessoal.
A isso eu chamaria de um feliz natal.
Um natal feliz.

É possível., mesmo!

Também somo a esse desejo, o de que
- em todos os dias, ou, pelo menos... com uma frequencia 
muito maior do que a habitual -
você
- que está lendo essa postagem -
questione, se inquiete e busque
respostas para os temas que o Natal suscita,
acessando as "coisas da vida" e dando a elas o seu tempo
(para que não fiquem "MAIS " presentes no Natal 
afinal , a espiritualidade, os relacionamentos e a mídia
estão presentes no nosso dia-a-dia) 
e para que fiquem com seu "status" de "vida das coisas".

Fazendo isso, diariamente... certamente o seu próximo
natal será melhor,  mais livre e feliz.


Adicionar legenda


Assim, 
faço minhas 
as palavras 
da pessoa 
que enviou-me o cartão citado acima:

Merry Christmas every day!!!

E que a luz brilhe no seu coração e na sua mente,
com as bençãos do Mestre aniversariante.

E tenha...  
Um novo olhar para o amanhã!

Abração!


Nome da Imagem: arcs of creation


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